Seis em cada dez brasileiros (60%) consideram a reforma da Previdência necessária, número ligeiramente acima do registrado em abril (59%). Os dados são parte da pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) feita em parceria com o Ibope “Retratos da Sociedade Brasileira-Reforma da Previdência”. Desses 60%, 53% concordam totalmente e 47% concordam em parte com a afirmação. Outros 34% dizem que a reforma é desnecessária.
Quando perguntados sobre a proposta atual do governo para a reforma, porém, apenas 35% dos entrevistados afirmam ter conhecimento amplo ou conhecer os principais pontos; em abril, eram mais, 36%.
Entre eles (35%), 14% dizem ter amplo conhecimento e 86% conhecem só os principais pontos. Desses 35% que conhecem a proposta, 52% são favoráveis e 46% são contrários. O número de pessoas favoráveis, entre aqueles que conhecem a proposta, é 10 pontos percentuais superior ao registrado na pesquisa de abril deste ano, quando 42% diziam que apoiavam a proposta.
A percepção de que mudanças no sistema de aposentadorias são imprescindíveis é maior entre os homens (66%), os que têm ensino superior (67%) e renda familiar superior a cinco salários mínimos (77%).
“O apoio da população à proposta do governo cresceu em um curto espaço de tempo. Isso mostra que mais pessoas estão avaliando a reforma como positiva para o país”, observa o economista da CNI Fábio Guerra.
Idade mínima para aposentadoria
De acordo com o levantamento, 80% dos brasileiros acham que as pessoas devem se aposentar até aos 60 anos. A reforma impõe 62 anos para mulheres e 65 anos para homens no setor privado.
Para 21% da população, as pessoas devem se aposentar com 50 anos ou menos. Outros 26% acham que a aposentadoria deve ocorrer entre 51 e 55 anos e, para 33%, a idade para se aposentar deve ficar na faixa de 56 a 60 anos.
Políticos e servidores sem regras especiais
No que diz respeito às diferentes regras de aposentadoria para alguns grupos de pessoas, a maioria acredita que esses tratamentos especiais devem ser mantidos para trabalhadores rurais (64%), professores (62%), mulheres (60%), militares e Forças Armadas (57%) e policiais civis (56%).
No sentido oposto, a população entende que os políticos (73%) e os servidores públicos (55%) devem estar sujeitos às mesmas regras que os demais trabalhadores, ou seja, não merecem um tratamento diferenciado.
Mais impostos, não
Quando perguntados se estariam dispostos a pagar mais impostos para manter as regras previdenciárias atuais, 84% dos brasileiros dizem que não estão dispostos a pagar mais.
Em relação ao planejamento das pessoas para o futuro, destaca-se o fato de 69% dos brasileiros desejarem se sustentar na velhice com renda proveniente do INSS, ainda que não seja a única fonte de recursos. Entretanto, menos da metade (49%) afirma contribuir para o INSS. A falta de trabalho com carteira assinada foi a principal razão apontada por aqueles que não contribuem (39%).