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Guerra comercial entre EUA e China se acirra e pode impactar mercados nesta terça

Às vésperas da retomada das negociações, Departamento do Comércio americano põe mais 28 empresas chinesas em lista negra, depois da Huawei, e chineses sugerem retaliar

Bárbara Leite

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Guerra comercial entre americanos e chineses vem desacelerando o crescimento econômico mundial–Foto: Pixabay

Às vésperas da retomada das negociações entre EUA e China, a guerra comercial ganhou mais um capítulo negativo: o Departamento do Comércio americano informou que restringirá as empresas de exportar produtos fabricados nos EUA para mais 28 empresas e organizações chinesas, e a China já sinalizou que pode retaliar.

O acirramento da guerra comercial pode afetar as negociações do mercado financeiro nesta terça-feira (8), penalizando Bolsa e dólar.

Wilbur Ross, o secretário de Comércio dos EUA, anunciou na segunda-feira (7) que seu departamento estava adicionando novos grupos chineses à chamada lista negra, o que significa que os fornecedores terão que obter uma licença especial para continuar vendendo a eles.

As empresas e organizações são acusadas de estarem envolvidas em violações dos direitos humanos contra minorias muçulmanas.

“O governo e o Departamento de Comércio dos EUA não podem e não tolerarão a brutal repressão de minorias étnicas na China. Essa ação garantirá que nossas tecnologias, promovidas em um ambiente de liberdade individual e livre empresa, não sejam usadas para reprimir populações minoritárias indefesas”, disse Ross.

Entre as empresas visadas estão duas gigantes da videovigilância, Hangzhou Hikvision Digital Technology e a Zhejiang Dahua Technology, que controlam cerca de um terço deste mercado a nível mundial. Outros alvos foram a SenseTime Group, a startup de inteligência artificial mais valiosa do mundo, e a concorrente Megvii Technology, que se prepara para angariar US$ 1 bilhão em um IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês), sua entrada em Bolsa.

China sugere retaliar

A China sinalizou que deverá “contra-atacar” após os EUA terem incluído oito das grandes tecnológicas chinesas na sua lista negra, à semelhança do que já haviam feito com a Huawei.

“Fiquem atentos”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China. “A China continuará a tomar medidas firmes e vigorosas para proteger resolutamente a soberania nacional, os interesses de segurança e desenvolvimento”, acrescentou.

A notícia surge numa altura em que as duas maiores economias do mundo se preparam para uma nova ronda de conversações com vista a um entendimento em matéria comercial.

Esta semana será marcada por reuniões em Washington entre a comitiva liderada pelo vice-presidente chinês, Liu He, e os responsáveis americanos. Nesta segunda, os negociadores de ambos os lados deram início aos preparativos para os planos de trabalho– sendo que as conversações formais arrancam nesta quinta-feira (10).

*Com agências internacionais

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