O governo deve anunciar nesta quarta-feira (21) mais uma leva de privatizações. “Amanhã [quarta-feira] devem ser anunciadas privatizações de 17 empresas que vêm por aí”, informou o ministro da Economia, Paulo Guedes, sem dar maiores detalhes, ao participar da premiação “Valor 1000”, do jornal “Valor Econômico”, em São Paulo, na noite desta terça (20).
O ministro deixou o evento sem falar com a imprensa, mas pela manhã, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, havia dito que se reunirá com Guedes nesta quarta-feira para debater, entre outros temas, a autonomia do Banco Central e a privatização da Eletrobras.
No evento em São Paulo, Guedes voltou a destacar que haverá um choque de energia barata no mercado de gás natural. “Tenho informação de que a Vale quer comprar 20, 30 anos de ‘energia futura’. Quem vender essa energia para ela vai fazer gasodutos, e ela deve fazer uma série de termelétricas”, disse.
O ministro ainda informou que a reunião no Senado para o debate do pacto federativo, realizada mais cedo em Brasília, foi positiva.
Sobre a reforma tributária, Guedes voltou a afirmar que a proposta a ser encaminhada pelo governo federal será convergente às duas que já estão no Congresso, e destacou que preferiria não ter que recorrer a um imposto sobre transações financeiras para bancar a desoneração da folha de pagamentos. “Sobre a reforma tributária, não vamos surpreender”, disse, voltando a destacar que prevê a criação de imposto de valor agregado (IVA) dual, ou seja, com unificação dos tributos federais e adesão opcional de Estados e municípios.
Ele voltou a defender a transferência do Coaf da pasta de Economia para o Banco Central (BC), realizada hoje em medida provisória publicada no Diário Oficial, e disse que a autoridade monetária será independente o mais breve possível. “Esse é um sonho de 30 anos”, reforçou.
Guedes reiterou que, após encaminhamento da reforma da Previdência, há expectativa de que os demais entes entrem na alteração das aposentadorias. “Há colaboração entre Senado e Câmara para que haja uma reforma de Estados e municípios em PEC paralela”, afirmou.
Argentina
Independentemente de quem vença as eleições na Argentina, há preocupação em conversar com o Brasil, afirmou Guedes. “Falamos para a Argentina que vamos abrir [para acordos comerciais] ou vamos sair do Mercosul, e eles já mandaram recado que ‘estamos juntos’”, disse Guedes.
O ministro se referiu à declaração recente do candidato kirchnerista à presidência do país vizinho, Alberto Fernandéz, que garantiu que não pretende fechar a economia, feita para tranquilizar o presidente Jair Bolsonaro. “Independente de quem seja o governo argentino, eles querem conversar”, afirmou Guedes.
*Com informações do Valor.com