O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou, nesta terça-feira (23), seu novo relatório “World Economic Outlook”, com forte corte nas estimativas de crescimento econômico do Brasil. O fundo passou a estimar uma expansão de 0,80% para o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) do país neste ano. Em abril, a expectativa do órgão era de uma alta de 2,10%.
Com o corte brusco, o FMI já está em linha com a expectativa do Banco Central e ligeiramente mais pessimista que o mercado, que espera que o país cresça 0,82% neste ano,
O número está um pouco abaixo da projeção do Ministério da Economia, que caiu, semana passada, de 1,60% para 0,81%.
A piora, segundo o fundo, vem em meio a dúvidas sobre a viabilidade da reforma da Previdência e queda da confiança do consumidor e empresariado. A revisão para baixo reflete ainda uma demanda doméstica mais fraca que a esperada.
A perda acentuada de fôlego do crescimento já ameaça afetar a expansão do próximo ano: para 2020, a expectativa do FMI é de crescimento de 2,4% – abaixo dos 2,5% esperados em abril.
Piora global
O Brasil não está sozinho nessa piora. As estimativas para a economia mundial tiveram novas reduções, tanto para este ano quanto para o próximo. Em 2019, a expectativa é de uma expansão de 3,2%, na quarta redução das estimativas; já para 2020, de 3,5%. Há três meses, o FMI esperava crescimentos de 3,3% e 3,6% para os mesmos anos. Para a América Latina, o corte foi maior,de 1,4%, em abril, para 0,6% agora.
“O crescimento global segue deprimido”, diz o FMI no relatório. O órgão aponta que, desde a divulgação do relatório de abril, os EUA aumentaram as tarifas sobre determinadas importações da China, que por sua vez retaliou aumentando tarifas sobre produtos americanos.
Com isso, a aceleração projetada para a economia global em 2020 é “precária”, presumindo estabilização nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento, e progresso na solução das tensões comerciais.