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Dados do PIB afastam recessão e mostram economia acima do esperado no 2º trimestre

IBGE divulgou nesta quinta-feira que o país cresceu 0,4% de abril a junho, com destaque para a reação dos investimentos e puxada da indústria

Bárbara Leite

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PIB totalizou R$ 1,780 trilhão no segundo trimestre de 2019 -Foto: Pixabay

(Publicado às 9h10; atualizado às 9h58)

Os dados do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país), divulgados nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o país não entrou em recessão, como sinalizou a prévia do Banco Central, e que a economia cresceu mais do que o esperado no segundo trimestre de 2019.

Segundo o instituto, o país cresceu 0,4% de abril a junho, depois de uma retração de 0,1% (dado revisado) nos primeiros três meses do ano. Em termos absolutos, o PIB totalizou R$ 1,780 trilhão no segundo trimestre de 2019.

O dado surpreendeu analistas, que previam que o país tivesse crescido 0,2%; muitos economistas esperavam até uma queda da economia no trimestre, depois da divulgação dos dados mensais ruins da indústria, comércio e serviços.

Praticamente todos os indicadores foram positivos, com exceção do agronegócio, que recuou 0,4%, e dos gastos do governo, que caíram 1%. As exportações registraram queda de 1,6% de abril a junho, enquanto as importações subiram 1%.

O IBC-Br, considerada uma prévia do PIB, divulgado há duas semanas, indicava que o país havia recuado 0,13% no segundo trimestre, o que, se confirmado pelo IBGE, configuraria uma recessão técnica–quando um país tem dois trimestres consecutivos de retração da economia, o que acabou não acontecer.

Principais geradores de riqueza do país (variação no 2º tri de 2019 ante o trimestre anterior)
Agronegócio-0,4%
Indústria0,7%
Serviços0,3%
Consumo0,3%
Gastos do governo-1,0%
FBCF (investimentos)3,2%
Exportações-1,6%
Importações1,0%

Investimentos reagem e consumo avança

Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) reagiram e subiram 3,2% no trimestre, depois de dois trimestre negativos. O consumo das famílias avançou 0,3%, o mesmo que os serviços. No setor de serviços, os resultados positivos foram das atividades imobiliárias (0,7%), comércio (0,7%), informação e comunicação (0,5%) e outras atividades (0,4%).

“Mais uma vez, vemos o consumo das famílias influenciando a demanda, além de ter puxado o aumento do comércio varejista. Já o comércio por atacado cresceu graças às indústrias de transformação, principalmente a metalurgia e produção de máquinas e equipamentos. Junto com a importação, a produção doméstica de bens de capital e a construção explicam a aceleração da Formação Bruta de Capital Fixo”, segundo a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Cláudia Dionísio. Claudia Dionísio.

Indústria e construção se recuperam

A indústria teve alta de 0,7% de abril a junho. Na comparação com o primeiro trimestre, o crescimento na indústria foi influenciado pela expansão das indústrias de transformação (2%) e construção (1,9%). Já as indústrias extrativas registraram recuo (-3,8%) no período.

“Juntas, as indústrias de transformação e construção respondem por cerca de 70% do setor. Além disso, a indústria de transformação tem peso no segmento de bens de capital, que contribuem para os investimentos internos e externos”, explica Cláudia Dionísio.

A alta da indústria se deu mesmo com a queda recorde do setor extrativo. “A extração mineral ainda sofre os efeitos de Brumadinho e da paralisação de outras barragens para vistoria. As chuvas no Pará também impactaram a indústria de minério de ferro”, explica a gerente de Contas Nacionais.

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