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BC reduz Selic para 4,50%, menor juro da história, mas não confirma novos cortes em 2020

Sem surpresa, Copom baixou o juro básico em 0,50 ponto percentual, pela quarta vez consecutiva; para o ano que vem, autoridade deixa porta aberta a possíveis baixas, mas fala em cautela nas futuras decisões

Bárbara Leite

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Reunião do Copom desta quarta foi a último ano ano; desde julho, Selic recuou 2 pontos percentuais–Foto: Agência Brasil

Sem surpresa, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu, nesta quarta-feira (11), a taxa básica de juros em mais 0,50 ponto percentual pela quarta vez consecutiva. Com isso, a Selic saiu dos 5% anteriores para 4,50% ao ano, menor nível da história.

O órgão corta o juro básico para baratear o crédito e estimular o consumo e investimentos, e assim impulsionar a atividade econômica.

Em nota, o órgão diz que “a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural”.

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A decisão, que foi unânime, já era amplamente esperada pelos economistas. A dúvida estava nos próximo passos, diante da recuperação da economia, segundo sinalizam os últimos dados do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um país) do terceiro trimestre e da produção industrial de outubro, e da alta da inflação, puxada pela valorização do dólar e aumento do preço das carnes.

A nota que explica a decisão deixa alguns recados sobre o futuro, mas não esclarece todos os questionamentos. Por um lado não fecha a porta a novos cortes, mas também não se compromete com possíveis baixas.

“O Copom entende que o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária”, informou o BC, no comunicado que acompanhou a decisão.

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Segundo o órgão, a possibilidade de novos cortes dependerá da evolução de vários indicadores econômicos. “O Comitê enfatiza que seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, acrescenta a nota.

Ou seja, o corte desta quarta (11), o quarto consecutivo de 0,50 ponto percentual pode ser o último do ciclo, mas o BC deixa a porta aberta para possíveis mudanças nesse posicionamento.

Desde o início do atual ciclo de cortes da Selic, a taxa já caiu 2 pontos percentuais.

Mercado está dividido; Itaú vê Selic a cair para 4% em 2020

O mercado estava dividido sobre a trajetória da Selic em 2020. O último Boletim Focus, divulgado nesta segunda (9), com as estimativas de cerca de cem analistas prevê que a taxa fique nos 4,50% em todo 2020.

Já o Top5, os economistas que mais acertam as projeções, consideram que a taxa vai cair para 4,25% em 2020.

Outros, como os analistas do Itaú Unibanco, acreditam que o juro básico recue a 4% no ano que vem. As projeções pelo banco foram mantidas após a divulgação do comunicado pelo Copom.

PIB e reformas

O comunicado ainda revela que o BC vê que o país ganhando “mais tração”, mas ainda prevê um crescimento em um ritmo gradual. “Dados de atividade econômica a partir do segundo trimestre indicam que o processo de recuperação da economia brasileira ganhou tração, em relação ao observado até o primeiro trimestre de 2019. O cenário do Copom supõe que essa recuperação seguirá em ritmo gradual”.

Também cita a necessidade das reformas para a recuperação sustentável da economia. “O Comitê ressalta ainda que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes”, acrescentou o Copom, no comunicado.

Cenário externo

Em uma novidade do comunicado, o BC excluiu trecho sobre o cenário externo seguir incerto, com riscos associados a uma desaceleração mais intensa.

O BC, desta vez, limitou-se a dizer que “a provisão de estímulos monetários nas principais economias, em contexto de desaceleração econômica e de inflação abaixo das metas, tem sido capaz de produzir ambiente relativamente favorável para economias emergentes”.

A próxima reunião do Copom acontece em 5 de fevereiro do ano que vem.

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