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S&P melhora perspectiva e eleva chance do Brasil subir rumo ao selo de bom pagador

Decisão da agência de classificação de risco ocorre após a aprovação da reforma da Previdência, expectativa de continuidade da agenda fiscal em 2020 e queda dos juros

Bárbara Leite

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Na S&P, o Brasil ainda está a três degraus do grau de investimento, que atrai capital ao país–Foto: Reprodução

Após aprovação da reforma da Previdência e a expectativa de continuidade da agenda fiscal em 2020, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) melhorou, após quase dois anos, a perspectiva da nota de crédito do Brasil, de “estável” para “positiva”.

Isso aumenta a chance do país ter uma revisão em alta da avaliação e subir um degrau na escada que o separa do grau de investimento, uma espécie de selo de bom pagador.

A nota propriamente dita do crédito do Brasil, a S&P não mudou e segue em BB-, a três níveis do grau de investimento.

Leia também: Reforma da Previdência: governo revisa cálculos e economia sobe a R$ 1,31 trilhão

A decisão foi divulgada no mesmo dia em que o risco-país alcançou o menor patamar em mais de seis anos e um dias após o governo rever em alta a economia esperada com a reforma da Previdência, para R$ 1,31 trilhão.

O Brasil perdeu esse status em 2015 e agora está a três degraus de alcançá-lo também na Fitch Rating– e a dois degraus na outra agência internacional, a Moody’s. Sem o selo, o país perdeu investimentos e passou a pagar mais caro para se financiar.

Com o grau de investimento de pelo menos duas agências, o Brasil atrai mais capital ao país, podendo baratear o dólar e gerar mais investimento e crescimento econômico.

Leia também: ‘Plano Guedes’ vai levar país ao selo de bom pagador em até dois anos, estima banco suíço

O país teve esse estatuto a partir do segundo mandato do presidente Lula. A S&P foi a primeira a dar essa avaliação ao Brasil, em abril de 2008. Depois veio Fitch (maio de 2008) e Moody’s (setembro de 2009).

Reformas e alta do PIB

Segundo a agência S&P, a redução do déficit fiscal, que ganhou um novo capítulo após a aprovação da reforma da Previdência, que deve gerar uma economia aos cofres públicos de R$ 1,31 trilhão, além da queda das taxas de juros, levaram à revisão da perspectiva.

A consolidação fiscal que o governo está implementando “juntamente com taxas de juros mais baixas e implementação gradual da agenda de reformas, deve contribuir para um crescimento e fortalecimento mais fortes das perspectivas de investimento nos próximos três anos, bem como uma gradual melhora nos resultados fiscais”, informa a agência no comunicado.

A agência admite que pode aumentar a nota brasileira em dois anos se houver mais progresso na agenda fiscal e crescimento que permita uma redução mais rápida do déficit fiscal.

A nota do país também pode ser elevada se a dinâmica de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um país) começar a seguir os países de desenvolvimento econômico semelhante, diz a S&P.

No início do mês, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse esperar que, nos próximos meses, pelo menos duas agências de classificação de risco colocassem a nota de crédito do Brasil em perspectiva positiva.

*Com Folha.com

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