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Após varejo, serviços também batem projeções e têm melhor julho em 8 anos

Segmento sobe 0,8% no mês, contra alta esperada de 0,1% no aumento mais forte desde dezembro de 2018; apesar do resultado positivo, IBGE diz que setor ainda não mostra trajetória clara de recuperação

Bárbara Leite

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Queda no serviço de transporte terrestre de cargas é destaque negativo, segundo o pesquisador do IBGE–Foto: Agência Brasil

Depois do bom desempenho do varejo, os serviços também mostraram uma alta acima do esperado em julho, batendo as projeções dos analistas. Em julho, o setor subiu 0,8%, bem acima dos 0,1% esperados, no melhor julho desde 2011 e no aumento mais forte desde dezembro de 2018, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (12).

O instituto destacou, porém, que apesar do resultado positivo, o setor ainda não mostra trajetória clara de recuperação e se encontra 1,2% abaixo do patamar de dezembro do ano passado, e 11,8% abaixo do pico, registrado em novembro de 2014.

Frente a julho de 2018, o volume de serviços aumentou 1,8%. Desta forma, o setor acumula alta de 0,8% no ano, melhor resultado para os sete meses do ano desde 2014 e avanço de 0,9% em 12 meses. O IBGE revisou os dois resultados anteriores. Em junho, a queda foi de 0,7%, menor que o recuo de 1% divulgado anteriormente. Já o resultado de maio foi revisado para uma alta de 0,2%, e não de 0,1%.

Três das cinco atividades pesquisadas tiveram alta na passagem de junho para julho, com destaque para o ramo de serviços de informação e comunicação (+1,8%). Os demais resultados positivos vieram dos setores de outros serviços (+4,6%) e de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (+0,7%).

Na contramão, a área de serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,3%) e o ramo de serviços prestados às famílias (-0,5%) recuaram.

Sem trajetória clara de recuperação

De acordo com o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, o resultado de julho foi positivo, mas que tem que ser visto com ressalva, uma vez que também houve um dia útil a mais na comparação interanual. Segundo ele, eliminando esse efeito sazonal, o crescimento teria sido de 1,2%, e não 1,8% na comparação com julho de 2018.

“É sabido que o setor de serviços vem encontrando dificuldades desde 14. Foram três anos seguidos de resultados negativos, 2015, 16 e 17, com 11% de perda acumulada. Em 2018, interrompeu essa série fechando estável, com 0%. E agora, diante dessa base baixa de comparação, o setor mostra algum tipo de recuperação pelo menos nos sete primeiros meses do ano”, disse.

Segundo ele, com o resultado de julho, o nível de atividade do setor de serviços ainda permanece no patamar de fevereiro de 2011, ainda distante do registrado antes da recessão.

“De agosto a dezembro o setor precisa mostrar resultados melhores. Se isso acontecer, aí sim a gente vai poder dizer que há uma recuperação, porque não se pode falar em crescimento real em cima de uma base baixa”, acrescentou o pesquisador.

O segundo semestre do ano passado teve crescimento de 0,8%. “Vai ser mais difícil manter esse ritmo de crescimento”, conclui.

Caminhonheiros: serviços de transporte de carga são destaque negativo

De acordo com Lobo, a recuperação ainda fraca do setor de serviços é explicada principalmente pelo desempenho do setor de transportes, que está 2,8% menor que em dezembro.

“O transporte de carga, em especial o terrestre, tem uma grande aderência ao setor industrial”, que mostra taxas negativas nos últimos três meses. “Esse resultado é influenciado pela magnitude da queda, além do peso do setor de transportes, que representa 31,25% nos serviços”, afirmou.

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