O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reafirmou nesta segunda-feira (2) a sinalização de um novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juro, a Selic, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), para 4,50% ao ano, na próxima semana, segundo o “Valor Econômico”. O chefe da autoridade monetária participou de evento fechado no Bank of America Merrill Lynch (BofA), em São Paulo.
Com a recente disparada do dólar e indicação de que a alta já estava afetando alguns preços, como o dos combustíveis, o mercado deixou de esperar que a Selic caísse abaixo de 4,50% ao ano e chegou a duvidar até mesmo com corte de 0,50 no encontro da próxima quarta-feira (11), já sinalizado pelo BC na ata da última reunião do Copom de outubro.
Na apresentação feita para o evento, Campos reiterou que “a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir um ajuste adicional, de igual magnitude ao realizado na reunião de outubro”, quando o Copom baixou a Selic de 5,5% ao ano para 5% ao ano.
Segundo o presidente do BC, a conjuntura econômica “prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural”.
O BC corta a Selic para baratear o crédito, e assim, estimular consumo e investimentos, que, por sua vez, vão ajudar no crescimento da economia.
No entanto, Campos ressaltou, como tem feito nas últimas apresentações, que “os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”.
O presidente do BC também citou as expectativas favoráveis em relação ao crescimento do Produto Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país).
A expectativa do mercado, segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda (2), indica uma expansão de 0,99% neste ano e de 2,22% em 2020.