Demitido, segundo o próprio presidente Jair Bolsonaro, por insistir na adoção de um novo imposto, nos moldes da extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o agora ex-secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, foi ao Twitter, na tarde desta quinta-feira (12), defender o tributo sobre transações financeiras.
O tuíte, ocorre um dia após a sua demissão pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a pedido de Bolsonaro. Cintra comentou um tuíte, da jornalista Juliana Rosa, da GloboNews, que dizia que apenas cinco países no mundo adotam CPMF: Venezuela, Argentina, República Dominicana, Peru e Sri Lanka, segundo o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Isaías Coelho.
Cintra diz que o imposto também foi adotado na Hungria e que, na Argentina, a cobrança teve “excelentes resultados”.
“A Hungria teve autorizaçao do Banco Central Europeu e introduziu o imposto em 2014. Na Argentina é usado há 20 anos com aliquota de 1,2% com excelentes resultados. Paises com tradição tributaria consolidada não precisam dele”, escreveu Cintra.
A demissão de Cintra foi motivada pela divulgação não autorizada das alíquotas do novo imposto sobre saques, depósitos e pagamentos com cartões, previstas na reforma tributária. Quem fez anúncio foi um adjunto de Cintra, Marcelo da Silva, em evento público, em Brasília na terça. O anúncio foi mal recebido no Congresso e pela opinião pública. Após a saída de Cintra, Bolsonaro tuitou dizendo que a CPMF não será recriada, por ordem sua.