O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, deram declarações contraditórias sobre a privatização dos Correios, nesta terça-feira (6).
As falas divergentes aconteceram em um intervalo de meia hora, em eventos diferentes. O ministro disse, em audiência na Câmara dos Deputados, que não há “nenhum procedimento de desestatização ou privatização da empresa pública”. A declaração aconteceu por volta de 10h20.
Já Bolsonaro, pouco antes das 11h, em evento em São Paulo, disse “vamos privatizar os Correios”. Segundo o presidente, ele mudou sua visão sobre privatizações. “Eu mudei. Era estatizante”, afirmou o presidente na abertura do 29º Congresso Expofenabrave, organizado pela associação das concessionárias de veículos no país.
Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, em palestra, que a prioridade do governo é privatizar os Correios. “Quem aqui ainda escreve carta?”, perguntou à plateia.
Para Guedes, é urgente encaminhar o programa de desestatização do governo. “Por mim, venderia tudo” afirmou ao se referir às estatais.
A declaração de Guedes aconteceu no mesmo dia em que funcionários dos Correios haviam marcado uma greve, que, entretanto foi adiada para o fim do mês. Na pauta de reivindicações está justamente a não privatização da estatal, que teve o comando trocado pelo presidente Jair Bolsonaro, no fim de junho.
Bolsonaro trocou recentemente a presidência dos Correios por conta do posicionamento do anterior titular em relação à venda da estatal. Floriano Peixoto Neto, que estava na Secretaria-Geral da Presidência, foi para o lugar de Juarez Aparecido de Paula Cunha, a quem Bolsonaro chamou de “sindicalista”. O presidente não gostou do general ter tirado foto com parlamentares de esquerda e também de ter dito que não privatizaria os Correios.
*Com agências