A operação Lava Jato deflagrou nesta quarta-feira (31) sua 62ª fase, chamada de Rock City, que investiga pagamentos de propinas disfarçadas de doações eleitorais pelo Grupo Petrópolis, dono das marcas de cerveja Itaipava, Crystal, Petra, além do energético TNT.
Segundo a Polícia Federal (PF), são cumpridos cinco mandados de prisão temporária (válida por cinco dias) e 33 mandados de busca e apreensão. Foi também expedido um mandado de prisão preventiva (sem prazo para acabar) para o presidente da cervejaria, Walter Faria.
A nova fase da Lava-Jato tem como base as delações premiadas dos executivos da Odebrecht. De acordo com os colaboradores, a cervejaria Petrópolis teria auxiliado a Odebrecht a pagar propina por meio da troca de reais no Brasil por dólares em contas no exterior, em uma operação conhecida como “operações dólar-cabo”.
Estas doações, segundo a PF, resultaram em uma dívida de R$ 120 milhões da Odebrecht com a cervejaria. Em contrapartida, a Odebrecht investia na expansão de fábricas de bebidas ou, então, participações em projetos da Odebrecht.
De acordo com a Receita Federal, o executivo recebia milhões de dólares no exterior em decorrência de operações de dólar-cabo.
Participam, pela Receita Federal, 16 Auditores-Fiscais e Analistas-Tributários que, desde a madrugada, atuam nas cidades de Boituva, Fernandópolis, Itu, Porto Feliz, Santana do Parnaíba e na cidade de São Paulo na execução dos mandados, expedidos pelo juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba, que estão sendo cumpridos em cidades dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A cervejaria ainda não comentou a operação da PF.