Economia Bárbara
  

Seu Bolso

‘Touro de Ouro’ entra com o pé direito em 2020: Ibovespa bate novo recorde

Índice da Bolsa brasileira dispara 2,53% no primeiro pregão do ano e vai aos 118.573 pontos, nova máxima de fechamento, com otimismo com acordo entre EUA e China e economia brasileira

Bárbara Leite

Publicado

em

'Touro de Ouro', símbolo da alta do Ibovespa: das 68 ações do índice apenas 5 caíram nesta quinta (2)-Foto: Pablo Syper/Mirae

No primeiro pregão de 2020, o otimismo tomou conta dos investidores, levando o Ibovespa, índice de referência da B3, a Bolsa brasileira, a passar a marca dos 118 mil pontos e bater um novo recorde histórico nesta quinta-feira (2). No fechamento, o indicador subiu 2,53% para 118.573 pontos, nova máxima, com o volume financeiro forte de R$ 20,9 bilhões. Das 68 ações que compõem o índice apenas 5 fecharam em queda e uma estável.

O recorde anterior era de 26 de dezembro, quando o Ibovespa alcançou os 117.203 pontos. Em 2019, o índice acumulou ganhos de 31,58%.

Nesta quinta (2), a Bolsa foi embalada por bom humor externo e interno. Do exterior, o ânimo refletiu o tuíte do presidente americano, Donald Trump,nesta terça (31), quando a B3 esteve fechada, em que ele afirma que assinará no dia 15 de janeiro, na Casa Branca, a primeira fase do acordo comercial com a China.

Leia também: Ibovespa terá 1ª empresa de tecnologia; veja as 5 ações que vão integrar o índice

Também animou a medida do banco central da China de cortar depósito compulsório em 50 pontos-base, a partir de 6 de janeiro, o que liberará 800 bilhões de yuans (US$ 114,91 bilhões) em fundos para dar suporte à economia em desaceleração.

Vendas de carros e risco-país em queda

No plano doméstico, o destaque foi o número de emplacamentos de carros em 2019, 8,65% mais do que no ano anterior, no melhor desempenho desde 2014. A previsão para 2020 é de alta de 9,6% nas vendas de veículos novos, segundo a Fenabrave (associação das concessionárias).

Também foi bem recebida a queda do Credit Default Swap (CDS) de cinco anos, o indicador do risco-país, que atingiu os 97 pontos, no menor nível desde o fim de 2010 e sexto dia consecutivo de queda. Esse movimento pode sinalizar aos investidores a possibilidade de aumento ao longo deste ano das notas de crédito do país pelas agências de classificação de risco.

O mercado “ignorou” os dados da balança comercial de 2019, que teve o superávit mais baixo desde 2015, por conta da queda das exportações.

Veja as ações que mais subiram…

Com as melhores perspectivas internas, os papéis da empresa de educação Cogna (COGN3) lideraram as altas do primeiro pregão do ano, com valorização de 6,74%. Em seguida, vieram as ações da B3 (B3SA), que refletiram o anúncio da redução de tarifas, que avançaram 5,78%.

A B3 também divulgou a terceira prévia da composição do Ibovespa, que manteve as entradas de Carrefour Brasil, Hapvida, Cia Hering e SulAmerica, além de acrescentar os papéis da Totvs,a primeira empresa tecnológica do índice. A nova composição do índice começará a valer a partir da próxima segunda-feira (6).

Leia também: B3 reage a possível concorrente e baixa tarifas; ações disparam mais de 5% e puxam Ibovespa

Para completar o top5 das empresas que mais valorizaram estão a Qualicorp (QUAL3), com avanço de 5,66%, e JBS (JBSS3), que se valorizou 5,43%, e Via Varejo (VVAR3), com alta de 5,01%.

O frigorífico informou na véspera que o prazo de vigência do acordo de acionistas entre sua controladora, J&F Participações, e a BNDESPar, foi encerrado em 31 de dezembro. As ações da Marfrig subiram 1% e BRF, 1,93%.

… e as que mais caíram

Na ponta inversa, a maior queda ficou por conta da Yduqs (YDUQ3), com recuo de 1,58%, seguida pela Natura (NATU3), que recuou 0,88%. Entre as novidades da fabricante de cosméticos está o anúncio das aprovações nos EUA pela SEC e Nyse de início da negociação das ADSs, sob o código NTCO – com cada ADS representando duas ações ON da Natura – a partir da próxima segunda-feira (6).

No radar nesta sexta

Nesta sexta (3), o investidor europeu observará atentamente a taxa de desemprego e inflação ao consumidor da Alemanha. “Os dados são de suma importância, uma vez que indicarão se o programa de compra de títulos públicos e privados (QE, na sigla em inglês) já surtiu algum efeito sobre a atividade e dinâmica de preços”, segundo relatório da Guide Investimentos.

O investidor americano observa o ISM industrial e a ata do Fomc, buscando novas pistas com relação ao futuro da política monetária americana. A ata não deve trazer muitas novidades, uma vez que Jerome Powell, presidente do Fed, já sinalizou que os juros americanos devem ficar baixos por um bom tempo até que a inflação reaja de forma mais agressiva.

*Com Reuters

Publicidade
Subscreva nossa Newsletter!
Cadastre seu e-mail para receber nossa Newsletter com dicas semanais.
Invalid email address

Mais Lidas