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Trump promete contra-atacar China e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 4,08

Pelo Twitter, presidente dos EUA ameaça responder nesta sexta às novas tarifas que serão impostas pelo país asiático e esfria o humor

Bárbara Leite

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Dólar tem dia bastante instável; Bolsa brasileira acentua perdas-Foto: Reprodução

Não deu nem tempo para o mercado “celebrar” o discurso positivo do presidente do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA), Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, e o presidente americano, Donald Trump, já arrefeceu os ânimos gerais nesta sexta-feira (23), ao anunciar que vai contra-atacar a China, impondo mais taxas sobre os produtos chineses.

Com isso, o dólar, que havia passado a cair com a fala de Powell, agora sobe. Pelas 12h30, o valor do dólar estava nos R$ 4,084, com uma alta de 0,15%, depois de ter passado dos R$ 4,09. Já o Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, que havia suavizado as perdas após o discurso, acentuou as baixas, e caía 2,10% para 97.908 pontos, abaixo da marca dos 100 mil pontos.

Pela manhã, o Ministério do Comércio da China, anunciou que serão impostas tarifas adicionais de 5% ou 10% sobre um total de 5.078 produtos com origem nos EUA, no valor total de US$ 75 bilhões. Estão incluídos produtos agrícolas, petróleo, aviões de pequeno porte e carros. Tarifas sobre alguns produtos entrarão em vigor já em 1º de setembro, e sobre outros em 15 de dezembro.

O anúncio é uma retaliação às tarifas que serão aplicadas a produtos chineses pelos EUA nas mesmas datas.

Pelo Twitter, o presidente americano não esperou e já avisou que vai impor taxas além das já anunciadas, de 10% para US$ 300 bilhões em produtos chineses: “Eu estarei respondendo às tarifas da China nesta tarde. Esta é uma ótima oportunidade para os EUA”.

Um agravamento da guerra comercial entre as duas potências tende a prejudicar ainda mais o crescimento econômico mundial, afetando o Brasil.

Powell: mais preocupado com crescimento da economia

No esperado discurso de Powell, ele sinalizou estar mais preocupado com o crescimento da economia, o que deu um pouco de ânimo aos mercados. Entre as falas que animaram os investidores estão: “Inflação parece estar mais próxima da meta de 2%”; “Vimos mais evidências de uma desaceleração global”; e “A economia está em um lugar favorável, mas enfrenta riscos significativos”.

“Estamos observando cuidadosamente os desenvolvimentos, enquanto avaliamos as suas implicações para as perspectivas dos EUA e para a progressão da política monetária. “Vamos agir de forma apropriada para apoiar a expansão econômica“, resumiu.

Powell não deu, porém, pistas concretas se o banco central vai cortar os juros ou não em sua próxima reunião, em setembro. Mas os mercados estão interpretando que o chefe do BC dos EUA estaria mais favorável a uma redução nas taxas. Cortes nos juros por lá tendem a atrair capital ao Brasil, pressionando menos a moeda dos EUA.

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