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PIB e alívio externo levam Ibovespa a recuperar os 100 mil pontos; Argentina ‘segura’ dólar

Surpresa positiva com o crescimento da economia no segundo trimestre e declarações da China puxaram a Bolsa nesta quinta; a moratória no país vizinho e a condição de emergente, por outro lado, pesaram sobre o câmbio

Bárbara Leite

Publicado

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Ações ligadas ao consumo estão as principais altas do Ibovespa nesta quinta-Foto: Pixabay

(Publicado às 16h24; atualizado às 18h47)

O Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, teve mais um pregão positivo nesta quinta-feira (29), embalado por um alívio com a guerra comercial e a surpresa positiva com o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) brasileiro no segundo trimestre. Apesar da melhora do humor, a moratória da Argentina e a cautela com emergentes “seguram” a queda do dólar.

No fechamento, o Ibovespa ficou nos 100.524 pontos, com uma alta de 2,37%, enquanto a moeda dos EUA subiu 0,34%, terminando nos R$ 4,172, com uma puxada no final do pregão.

É o maior nível para um encerramento desde 13 de setembro de 2018, data em que a cotação terminou em R$ 4,1957, maior valor já atingido desde o Plano Real, em 1994.

“A alta do dólar é explicada pelo “flight to quality” (fuga para qualidade) geral, com a deterioração econômica global. A piora da crise Argentina também pesa. Lá fora, há uma sensação de alívio com a guerra comercial”, disse Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara.

A quinta-feira foi marcada ainda pelo último dia de intervenções do Banco Central (BC) no mercado para injetar mais liquidez e conter a alta da divisa. A autoridade já anunciou operações semelhantes para setembro.

‘Kit PIB’ puxa Bolsa

A alta do Ibovespa é um reflexo do resultado do PIB do segundo trimestre de 2019, que veio melhor que o esperado pelos analistas. De acordo com o IBGE, a economia brasileira cresceu 0,4% de abril a junho, quando o previsto era que o país subisse 0,2%. A prévia do PIB, divulgada pelo Banco Central (BC), o IBC-Br, chegou até a sinalizar que o número viria negativo, ou seja, que o país estaria em recessão.

De acordo com Spyer, as maiores altas do índice são de ações de empresas ligadas ao consumo, que melhorou no segundo trimestre.

No fim, as ações da B2W Digital (BTOW3), dona das Lojas Americanas, Submarino e Shoptime,  subiram 3,04%; os papéis do grupo Ultra (UGPA3), que possui a rede de postos de combustíveis Ipiranga, avançaram 5,45%, e os títulos do frigorífico Marfrig (MRFG3) dispararam 6,78%.

No exterior, o mercado recebeu bem a notícia do governo da China, afirmando que o país e os EUA continuam em “comunicação efetiva” a respeito da guerra comercial e que ainda discutem se vão mesmo aplicar novas tarifas às importações agora em setembro.

Continua no foco dos investidores, o anúncio desta quarta do pedido da Argentina de um prazo maior para pagar o empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e outros credores privados, a chamada “moratória branca”. O país quer adiar os pagamentos dólar uma vez que o peso argentino despencou 28% desde 11 de agosto, quando a eleição prévia sinalizou que a presidência do país pode voltar para a esquerda. Com falta de dólares no país, os investidores vêm ao Brasil pegar a moeda, o que está penalizando o real.

No cenário doméstico, além do PIB, agradou o anúncio dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de um acordo para acelerar a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) paralela, formulada pelo Senado com alterações na reforma da Previdência, que incluirá Estados e municípios na proposta, e votar o texto ainda neste ano.

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