O preço do petróleo tem novo dia de queda e o dólar registra alta nesta quarta-feira (18), com a cautela dominando os negócios antes das decisões sobre juros dos Bancos Centrais (BCs) dos EUA e do Brasil, que serão divulgadas à tarde. O anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de aumento das sanções ao Irã, caiu mal e acelerou o avanço da moeda americana. A informação, porém, mudou pouco a trajetória da cotação do petróleo.
Pelas 10h35, a moeda americana era negociada a R$ 4,093, com uma alta de 0,36%. Na véspera, a divisa fechou nos R$ 4,078, uma baixa de 0,3%. No ano, o dólar tem alta acumulada de 5,23%.
O mercado aposta que o Fed (BC dos EUA) corte seus juros básicos em 0,25 ponto percentual para o intervalo entre 1,75% e 2% ao ano. Trump, defende uma redução, de modo a que as taxas fiquem em zero ou negativas.
Cortes de juros nos EUA tendem a atrair capital ao Brasil, beneficiando o real.
Os investidores seguem na expectativa da decisão e, principalmente, do que Jerome Powell, presidente do Fed, vai falar na coletiva às 15h30, que pode dar alguns sinais sobre novos passos da instituição.
Já o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC do Brasil deve cortar a taxa básica de juros, a Selic, de 6% para 5,5%, novo mínimo histórico, decisão amplamente esperada pelo mercado. A expectativa aqui é com o comunicado da reunião, que pode dar orientações sobre o tamanho dos novos cortes até ao fim do ano. Há quem veja apenas mais um de 0,50 ponto, mas crescem as apostas de duas reduções, de 0,50 em outubro e mais 0,25 em dezembro.
Petróleo cai
Outro fator que pressionado os mercados financeiros nesta semana, a cotação do petróleo, tem novo alívio nesta quarta, depois de ter disparado quase 15% nesta segunda. Na terça-feira (17) recuperou parte da alta, ao cair 6,5%. Nesta quarta, o preço do petróleo Brent, referência mundial, tem nova queda, agora de 0,85%, para US$ 64 o barril.
Os recuos são uma reação ao anúncio da véspera do governo saudita de que a Saudi Aramco, estatal petrolífera, de que já conseguiu retomar 50% da atividade perdida neste sábado após ataques de drones, que interromperam a produção de 5,7 milhões de barris diários, o equivalente a 6% do consumo mundial. A operação será normalizada até ao fim do mês.
Trump pede aumento das sanções ao Irã
Depois de ter afirmado que não queria guerra com ninguém, Trump anunciou nesta quarta que pediu ao secretário de Tesouro, Steven Mnuchin, para “elevar substancialmente as sanções ao Irã”.
No domingo, Trump chegou a dizer que o ataque às instalações petrolíferas da Aramco tinham sido ordenados pelo Irã, e não pelo grupo rebelde do Iêmen que reivindicou o atentado. Na segunda, amenizou o tom e disse que ia esperar investigações para saber quem foi o culpado pelos ataques.
A Arábia Saudita é o principal aliado árabe de Trump, que impôs sanções econômicas ao Irã em meio abandono do acordo nuclear com o país.