O IPCA-15, a chamada prévia da inflação oficial, subiu 0,14% em novembro, a menor variação para o mês desde 1998, quando a taxa ficou negativa em 0,11%, segundo divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (22).
O indicador também ficou abaixo dos 0,17% esperados pelos analistas, mas acelerou frente a outubro, quando avançou 0,09%. No ano, o índice acumula alta de 2,83% e, em 12 meses, de 2,67%, afastando-se ainda mais do piso da meta oficial para 2019, de 4,25%.
O indicador é levado em conta pelo Banco Central (BC) no rumo dos juros da economia. Com inflação mais fraca no acumulado do último ano, a autoridade tem mais espaço para cortar mais a Selic, taxa de juros básica da economia, que está atualmente em 5% ao ano.
O dado do IBGE sinaliza que a alta do dólar, que está rodando os R$ 4,20, e acumula valorização de quase 5% neste mês, não chegou ao índice de preços. A moeda americana mais elevada deixa, entre outros itens, produtos e insumos importados mais caros.
A leve aceleração foi puxada pelos transportes (0,30%), impactados pelo aumento da gasolina e do etanol, de 0,76% e 0,52% em outubro para 0,80% e 2,53% em novembro, respectivamente. Os preços do óleo diesel (0,58%) e do gás veicular (0,10%) também subiram, levando o resultado dos combustíveis a um aumento de 1,07%. As passagens aéreas tiveram alta de 4,44%, após variação de 2,10% em outubro.
O grupo vestuário também acelerou, ficando em 0,68% em novembro, por conta das altas dos itens roupa masculina, feminina e infantil. Os preços das joias e bijuterias também aumentaram em relação ao mês anterior. O mesmo ocorreu com as despesas pessoais, que subiram de 0,16% para 0,40%, influenciadas pelos subitens empregado doméstico (0,31%) e jogos de azar (2,46%).
Carne fica 3,08% mais cara; cebola e tomate, mais baratos
Alimentação e bebidas apresentaram ligeira alta no índice de novembro (0,06%), após três meses consecutivos de deflação.
A alimentação fora do domicílio passou de uma estabilidade de preços em outubro para uma alta de 0,12% em novembro. Além disso, a alimentação no domicílio, que havia apresentado queda de 0,38% em outubro, variou 0,03%.
O item que mais puxou os preços da alimentação fora as carnes, que subiram 3,08%, por conta do aumento das exportações, sobretudo para a China.
Por outro lado, destacam-se as quedas da cebola (-18,60%), do tomate (-8,00%), da batata-inglesa (-7,92%) e do leite longa vida (-1,67%).
Conta da luz pesa menos
Na direção contrária, o grupo habitação apresentou a maior variação negativa e o maior impacto negativo no índice do mês (-0,22%). Esse resultado foi influenciado pela queda na energia elétrica (-1,51%), por conta da redução média de 5,30% nas tarifas residenciais de uma das concessionárias de São Paulo. Em Brasília e em Goiânia também houve redução nas tarifas.
Além disso, em novembro, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, cujo valor da cobrança adicional foi reajustado de R$ 4,00 para R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em outubro, estava em vigor a bandeira amarela, em que a cobrança adicional foi de R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora.