O dólar, que iniciou os negócios nesta segunda (19) em queda, a meio da manhã virou e voltou a negociar acima dos R$ 4.
Pelas 12h10, o valor da moeda dos EUA estava em R$ 4,03, com uma alta de 0,67% em relação à última sexta-feira (16). Na mínima do dia, a divisa americana chegou a ser cotada em R$ 3,992. Já o Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, perdia fôlego e avançava 0,50% para 100.304 pontos. No melhor momento do pregão, o indicador foi aos 100.947 pontos.
Em agosto, o dólar já acumula valorização de 5,20%, enquanto o Ibovespa ainda sobe 0,84%.
O comportamento do dólar ante o real segue a alta das restantes moedas de países emergentes ligados a commodities (matérias-primas), e “ignora” a melhora do humor externo, que faz os indicadores de Bolsas europeias subirem mais de 1%.
“Há uma sensação positiva com alívio da guerra comercial, mas ela favorece o dólar, e não as moedas emergentes. Ou seja, o “fly to quality” (voo para a qualidade–quando investidores buscam ativos mais seguros) está sendo para o dólar”, explicou Pablo Spyer, diretor de operações da corretora Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara.
Os emergentes estão sendo penalizados diante da cautela persistente com a desaceleração econômica global e do impasse na guerra comercial entre os EUA e a China.
Lá fora, o ânimo resulta das expectativas com novos estímulos por parte de grandes bancos centrais. Nesta semana, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e o Banco Central Europeu (BCE) divulgam as atas de suas últimas reuniões de política monetária.
Além disso, ocorre o simpósio em Jackson Hole (EUA), onde são esperados discursos de banqueiros centrais, em especial, o de Jerome Powell, na sexta-feira, que podem indicar uma inclinação para novos cortes dos juros diante do agravamento da guerra comercial entre os EUA e a China nas últimas semanas.