Os futuros do mercado de ações dos EUA despencaram depois que o “South China Morning Post” informou na noite de quarta-feira (9) que os EUA e a China não fizeram progresso nas negociações comerciais de nível intermediário, que tinham como objetivo estabelecer as bases para as conversas de alto nível, marcadas para esta quinta-feira (10).
A publicação relata que conversas de alto nível, incluindo o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, agora durariam apenas um dia, com a delegação da China planejando deixar Washington na quinta-feira (10), em vez de sexta-feira (11), conforme programado.
Os futuros do Dow Jones perderam mais de 300 pontos ou cerca de 1%. Os contratos futuros de S&P 500 e Nasdaq 100 também caíam 1%. Pelas 21h15, os futuros do Dow recuavam 0,65%, do Nasdaq (-0,93%) e S&P 500 (-0,71%).
As ações das principais ações relacionadas ao comércio global caíram, com Apple e Caterpillar em queda de mais de 1%.
As ações da Intel caíram mais de 2% nas negociações fora do horário comercial. Apple e Caterpillar, entretanto, perderam mais de 1% cada. A Micron Technology perdeu quase 2%.
Tom Block, estrategista de pesquisa da Fundstrat Washington, disse que a última afronta à China foi a imposição de vistos pelos EUA a algumas autoridades chinesas que se acredita estarem envolvidas na detenção e nos abusos dos direitos humanos de muçulmanos uigures e outros grupos minoritários. Segundo relatos, a China planeja seguir a medida restringindo vistos para os americanos que considera ter laços com grupos anti-China.
Block disse que os EUA fizeram dois erros estratégicos nesta semana, com a lista negra de empresas–os EUA colocaram 28 empresas chinesas (8 delas grandes gigantes tecnológicas) na lista para os empresas americanas não podem fornecer produtos– e também os vistos, e isso dificultará o alcance de um acordo. “Acho que parece menos provável toda vez que tomamos uma ação unilateral contra a China”, disse Block.
As ações dos EUA e no Brasil caíram na segunda e na terça-feira, com os investidores diminuindo suas expectativas para um acordo comercial que poderia por fim à guerra comercial que se arrasta há mais de um ano, que vem penalizando economias e empresas. Com isso, aumentou os receios de uma recessão global.
*Da CNBC