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Ibovespa bate novo recorde intradiário com EUA-China; emissão do Tesouro alivia dólar

Otimismo com assinatura do acordo comercial parcial entre as duas maiores potências econômicas mundiais puxa Bolsa, na semana em que as atenções se voltam para o megaleilão do pré-sal e pacote econômico; anúncio de captação externa em dólares ajuda a pressionar menos a moeda dos EUA nesta segunda-feira, dia 4

Bárbara Leite

Publicado

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"Touro de Ouro": Ibovespa chega aos 109.352 pontos na manhã desta segunda-feira, novo recorde–Foto: Pablo Syper/Mirae Asset

A Bolsa brasileira iniciou os negócios nesta segunda-feira (4) em alta, seguindo o exterior, que voltou a ficar otimista com assinatura do acordo parcial entre a China e os EUA, na semana do megaleilão do petróleo do pré-sal e da divulgação de um pacote fiscal pelo governo Bolsonaro. O anúncio de emissão de títulos do governo brasileiro em dólar levou a moeda dos EUA a ficar menos pressionada ante o real.

Pelas 13h20, o Ibovespa subia 0,46% para 108.693 pontos, depois de ter chegado ao patamar de 109.352 pontos, um novo recorde intradiário. Já o dólar era negociado inalterado em R$ 3,995. Mais cedo, a divisa americana recuou a R$ 3,9805.

Nesta segunda, a Bolsa passa a operar uma hora a mais e a encerrar às 18h. A negociação do câmbio continua terminando às 17h.

“O dólar começou a cair após o anúncio da captação externa do Tesouro com vencimento para 2029 e 2050. A ideia é captar US$ 500 milhões. A melhora dos ativos era visível na Bolsa e no câmbio e um pouco nos juros também. O Ibovespa está em modo ‘Touro de Ouro’, em sintonia com as Bolsas no exterior, que também estão indo para “Golden Bull”. E tudo isso tendo como pano de fundo os chineses e americanos se dirigindo para um acordo comercial inicial”, explicou Pablo Syper, diretor de operações da Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara.

Quem puxa o Ibovespa, diz Syper, são Vale e Petro. “Esta semana é Petro Week”, destaca o diretor da Mirae, citando o anúncio deste domingo (3) da oferta pública de ações (IPO) da Saudi Aramco, petrolífera da Arábia Saudita, que deve ser o maior da história, e o megaleilão de petróleo do pré-sal do Brasil, que acontece nesta quarta (6) e pode movimentar mais de R$ 106 bilhões.

EUA-China: “fase 1” do acordo comercial tem “bom progresso”

Lá fora, voltou o otimismo quanto ao avanço do acordo de “fase 1”, que pode levar ao fim da guerra comercial entre EUA e China, que vem desacelerando as economias dos dois países e do resto do mundo.

Na véspera, o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, disse em entrevista à “Bloomberg Television” que “estamos fazendo um bom progresso” e que não havia “nenhuma razão natural” para que um acordo comercial da “primeira fase” não pudesse ser alcançado neste mês.

Ross também disse que as licenças para as empresas americanas negociarem com a Huawei virão “muito em breve”.

Os EUA entraram na lista negra da gigante tecnológica chinesa em maio, mas as licenças permitirão que as vendas nos EUA sejam retomadas para produtos que não representam riscos à segurança nacional.

Já do lado chinês, a Bloomberg citou uma fonte afirmando que, caso o presidente Xi Jinping vá aos EUA para assinar a 1ª etapa do acordo, a China gostaria que isso fizesse parte de uma ampla visita como chefe de Estado, mas esta não é uma condição impeditiva ao acordo.

Captação externa pode levantar US$ 500 milhões

O Tesouro Nacional informou que prepara uma captação externa, por meio da emissão de títulos no mercado internacional, com bonds com vencimentos em 2029 e em 2050. A transação envolve reabertura da emissão em dólares de títulos de 2029 e cupom 4,5% global, e lançamento dos bônus soberanos para 2050, segundo prospecto preliminar. O documento não informa montante da oferta.

Segundo a Bloomberg, o Brasil deve buscar a captação de US$ 500 milhões.

O bond com vencimento em 2050, com aproximadamente 30 anos de prazo, será a partir de agora o título da dívida externa com prazo mais longo. Até o momento, o papel com maior prazo de resgate vencia em 2047.

Segundo o Tesouro Nacional, o “objetivo da operação é melhorar a eficiência e consolidar benchmarks (índice de referência) da curva denominada em dólares”. O resultado das emissões no mercado externo sairá ainda nesta segunda, no fim do dia, e das recompras na terça-feira (5).

Por meio do lançamento de títulos da dívida externa, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais com o compromisso de devolver os recursos com juros.

A última operação no mercado externo, por meio do lançamento de bônus soberanos, havia sido em março deste ano – quando foram captados US$ 1,5 bilhão em papéis com vencimento em 2029. A taxa de retorno ao investidor, ou seja, quanto o governo brasileiro pagará pelos recursos, ficou em 4,7% ao ano.

A operação é liderada por BNP Paribas, Citibank e Goldman Sachs.

Bolsonaro e PSL

A briga entre o presidente Jair Bolsonaro e o PSL, partido pelo qual se elegeu, teve um novo capítulo neste domingo (3). As disputas internas chegaram a impactar a negociação da Bolsa. Em entrevista à “TV Record”, Bolsonaro afirmou que deve sair do PSL e trabalha para criar outro partido.

“A probabilidade de eu sair do partido é de 80% e de criar um novo [partido] é de 90%. Um novo partido que vai começar do zero, sem televisão, sem fundo partidário, nada”, disse Bolsonaro.

*Com agências

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