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Gestores já veem Selic em até 3,50% no ano que vem

Para Fontenele, do Bradesco Asset Management, e Pessoa, do Legacy Capital, a inflação baixa dá espaço para o BC cortar o juro básico abaixo de 4%, podendo até ficar menor que os 3,75%, projetados pela gestora do Itaú, até agora a mais otimista

Bárbara Leite

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Copom começou nesta terça encontro de dois dias para decidir rumo do juro básico do Brasil; decisão sai nesta quarta–Foto: Reprodução

Em meio à inflação fraca, crescimento lento da economia e menor pressão do dólar, a taxa básica de juros da economia, a Selic, pode cair abaixo de 4% e chegar a 3,50% em 2020, segundo projeções de André Fontenele, head da renda fixa do Bradesco Asset Management, e Gustavo Pessoa, sócio e portfolio manager do Legacy Capital.

No evento “MoneyTalks”, organizado pelo banco digital Modalmais, os gestores de investimentos afirmaram acreditar que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve continuar promovendo cortes na taxa, que está atualmente em 5,50% ao ano, e veem a possibilidade dela chegar a 3,50%.

Pelo Boletim Focus, que reúne as estimativas de cerca de cem analistas do mercado financeiro, divulgado nesta segunda-feira (28), a Selic deve fechar o ano em 4,50%, mesmo patamar previsto para o fim de 2020. O Top5, grupo dos analistas que mais acertam projeções, estimam a taxa em 4% no ano que vem. O Itaú Asset Manegement, que até agora era o mais otimista, previa o juro básico em 3,75%.

“O BC vai continuar sinalizando mais cortes no mesmo montante de 0,50 ponto percentual, e chegar a 4%. A gente tem uma Selic terminal de 4%, mas o risco é que ela seja mais baixa. As nossas projeções da inflação para o ano que vem só caem. Hoje, ela está em 3,35%. Como a meta para o ano que vem é 4%, tem bastante espaço para o Banco Central cortar juros fazendo a economia crescer sem prejudicar a perspectiva de inflação”, disse Pessoa.

Para Fontenele, apesar do consenso da gestora do Bradesco ser de 4,5% para a Selic no fim de 2019, ele, individualmente, vê como mais provável que a taxa termine o ano entre 4% e 4,50%.

“Também vejo uma possibilidade não desprezível de a gente ir para baixo dos 4%, que é uma notícia eventualmente negativa do ponto de vista da atividade. Como a gente tem visto, toda a revisão que tem sido feita na inflação, não nos parece fora, existe uma possibilidade bem real que a taxa venha 3,75% ou até 3,50%, que parece uma realidade paralela para Brasil”.

O Copom do BC anuncia, nesta quarta-feira (30), sua decisão para a Selic, no penúltimo encontro do ano. Em 11 de dezembro, o comitê tem sua última reunião de 2019.

As reduções na taxa– que se iniciaram em julho, quando a Selic estava em 6,50% após 10 reuniões em que ela ficou estável– vêm em linha com o enfraquecimento da inflação, que, em setembro fechou negativa, a menor para o mês em 21 anos, e recuperação lenta da economia. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) do Brasil deve fechar o ano abaixo de 1%.

Além disso, com a aprovação da reforma da Previdência e esperada entrada de capital estrangeiro, atraído pelos leilões de petróleo e privatizações, o dólar ante o real deve ter alívio, pressionando menos a inflação, o que daria mais espaço para o BC reduzir o juro básico da economia.

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