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EUA e China retomam negociações, e dólar e Bolsa devem ter novo pregão positivo

Anúncio, no fim da noite desta quarta-feira (4), de marcação de reunião entre os dois países alivia a tensão sobre a guerra comercial e pode animar os investidores nesta quinta (5); demissão coletiva na Lava Jato pode pesar

Bárbara Leite

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Na véspera, dólar despencou quase 8 centavos para R$ 4,105, com boas notícias do exterior e Previdência- Foto: Pixabay

O anúncio no fim da noite desta quarta-feira (4) tem potencial para alimentar no ânimo dos investidores pelo segundo pregão consecutivo nesta quinta-feira (5) e provocar uma nova queda no dólar e alta na Bolsa de Valores.

Os EUA e a China confirmaram que vão retomar as negociações para pôr fim à guerra comercial, que tem enfraquecido economias e elevado os temores de uma recessão à escala global.

O representante do governo americano para assuntos de comércio internacional, Robert Lighthizer, disse que ele e Steven Mnuchin, secretário do Tesouro, conversaram com Liu He, vice-premiê da China. 

“Eles concordaram em realizar reuniões em nível ministerial em Washington nas próximas semanas. Antes delas, encontros de escalão inferior ocorrerão em meados de setembro para preparar o terreno para um progresso significativo”, afirmou o USTr, o órgão de comércio exterior dos EUA.

O Ministério de Comércio da China também confirmou a retomada, e disse que a visita a Washington pelas principais autoridades de Pequim estava marcada para o início de outubro.

Mnuchin e Lighthizer se encontraram com Liu pela última vez em Xangai, no fim de julho, uma reunião inconclusiva que levou a um rápida piora na tensão entre as duas maiores economias do mundo.

Desde então, os EUA já ampliaram a imposição de tarifas às exportações chinesas. Neste domingo, Trump taxou em 15% mais US$ 112 bilhões em mercadorias chinesas e chegou a acusar a China de manipuladora cambial, acusando-a de uma desvalorização artificial da sua moeda, o yuan, para ganhar vantagens competitivas em meio imposição de novas tarifas. A China contra- atacou.

Na reunião do G7, grupo das sete economias desenvolvidas mais ricas do mundo, Trump lamentou não ter aumentado mais as tarifas à China.

Nesta quarta-feira, puxada pela melhora de dados dos serviços chineses, da decisão de Hong Kong de pôr fim à lei de extradição, que vinha sendo alvo de protestos nas ruas nos últimos três meses, e avanço da reforma da Previdência, entre outros motivos, o dólar despencou quase 8 centavos e fechou nos R$ 4,105.

O Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, terminou nos 101.200 pontos, com alta de 1,52%, puxado pelas ações da Vale e Petrobras.

Demissão na Lava Jato pode preocupar

O anúncio do pedido de demissão coletiva do grupo de trabalho da Lava-Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR) em protesto contra a procuradora-geral Raquel Dodge na noite desta quarta-feira, pode, porém, acabar pressionando os mercados.

Ao todo, seis procuradores que compõem o grupo de trabalho da Lava-Jato, que investiga casos de corrupção ligados à Petrobras, entregaram os cargos.

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