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Dólar se aproxima de R$ 4,11 com fala de líder do Fed de NY, Previdência, China e Hong Kong

Moeda dos EUA tem, nesta quarta, dia de forte queda, seguindo o bom externo e o andamento da votação da reforma previdenciária

Bárbara Leite

Publicado

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Dólar chegou a fechar acima dos R$ 4,18 nesta semana com forte aversão ao risco global–Foto: Pixabay

(Publicado às 11h27; atualizado às 11h58)

O dólar iniciou o pregão nesta quarta (4) com queda firme, seguindo o bom humor externo, após dados positivos na China e com a decisão de Hong Kong de revogar a lei de extradição. O mercado também segue de olho no andamento da reforma da Previdência no Senado. A fala do presidente do Fed (Banco Central dos EUA) de Nova York, John Williams, pelas 10h, fez a moeda americana acentuar o tombo.

Às 11h58, a moeda americana era negociada a R$ 4,114, com tombo de 1,56%, depois de se ter aproximado do recorde histórico, R$ 4,1957, nesta segunda (2). Já o Ibovespa, principal referência da Bolsa brasileira, também abriu positivo, e subia 1,22% para 100.985.

Em uma cesta de 24 moedas de países emergentes, o real é a segunda que mais ganha valor nesta quarta, só perdendo para o rand da África do Sul, segundo dados da Bloomberg.

Mais cedo, os investidores se animaram com a divulgação da atividade no setor de serviços da China, que se expandiu no ritmo mais rápido em três meses em agosto. Houve um crescimento de novos pedidos, o que levou ao maior aumento de contratações em mais de um ano, mostrou uma pesquisa privada. O dado afasta temores de uma recessão à escala global.

O bom humor também refletia a decisão de Hong Kong de revogar lei de extradição, que tem sido alvo de protestos no país nos últimos três meses, e eram vistos com preocupação pelo mercado, pelo potencial de elevar a tensão entre EUA e China.

O acordo para formar novo governo na Itália e a redução da aposta de que o Reino Unido vai sair da União Europeia, no chamado Brexit, de maneira brusca, sem os termos do “divórcio” com o bloco definidos, depois que parlamento britânico contrariou o novo premiê Boris Jonhson, também ajudavam no sentimento positivo.

Mas o grande protagonista desta quarta é o presidente do Fed de Nova York (EUA), John Williams.

Em um discurso em Nova York, ele disse que “a inflação baixa é realmente o problema desta época” e que “embora ainda não tenha havido uma mudança dramática nos números gerais, o quadro mais detalhado que surgiu no verão deste ano apontou para uma perspectiva de desaceleração do crescimento”.

Ou seja, o membro do BC dos EUA sugere que o órgão está mais preocupado com a fraqueza da economia, sinalizando que o órgão deve cortar novamente os juros na reunião de 18 de setembro, corte esse que tende a favorecer o Brasil, já que, normalmente, uma parte do capital sai dos EUA para buscar ativos, mesmo mais arriscados, que paguem um juro mais alto.

Internamente, o mercado está de olho na reforma da Previdência, que dá nesta quarta mais um passo.  O parecer to relator Tasso Jereissati (PSDB-CE) deve ser aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça nesta quarta. Caso isso ocorra, a proposta chegará na sua última etapa de análise, antes ser aprovada definitivamente, o plenário do Senado. Os investidores veem na reforma a forma do país retomar investimentos e voltar a crescer.

“Como o assunto mais importante no Brasil do momento é a velocidade da aprovação da reforma da Previdência, os mercados melhoram não apenas com as notícias que trazem alívio de fora e turbinam o bom humor mundial, como a revogação da lei de extradição em Hong Kong, mas o andar da aprovação da Previdência voltou a uma velocidade confortável e também ajuda a derrubar o dólar mais acentuadamente”, explicou Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara.

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