O mercado de câmbio voltou a iniciar os negócios pressionado. O dólar avança na manhã desta quarta-feira (7), com os investidores seguindo o mau humor lá fora e de olho na votação de emendas à reforma da Previdência, que pode desidratar mais a economia aos cofres públicos prevista, e nas vendas do varejo brasileiro, que subiram menos que o esperado.
Pelas 10h50, a moeda dos EUA era negociada a R$ 3,99, com alta de 0,86%. Na véspera, a divisa fechou com ligeira queda de 0,03%, após passar boa parte do tempo em alta. Foi o primeiro recuo após seis pregões de ganhos.
O ajuste de alta da moeda americana reflete uma piora dos mercados em Nova York (EUA), que seguem em alerta com preocupações renovadas sobre a desaceleração da economia global diante da falta de perspectiva de um acordo comercial entre os EUA e a China. Cortes de juros pelos Bancos Centrais da Índia, Tailândia e Nova Zelândia, acima das reduções previstas, divulgados nesta quarta, corroboram esses temores.
“O dólar sobe devido à volatilidade das demais moedas emergentes e em estado de alerta com a queda das commodities (matérias-primas) como o minério de ferro”, disse Pablo Spyer, diretor de operações da corretora Mirae Asset.
Os investidores seguem ainda à espera da votação dos destaques (mudanças) à reforma da Previdência, cujo texto principal foi aprovado na madrugada desta quarta. Entre o que será apreciado estão a retirada de mudanças do abono salarial, pensão por morte, exigência de contribuição mínima e cálculo de 100% dos maiores salários para o benefício.
Pela manhã, foi anunciado um avanço de apenas 0,1% das vendas no varejo em junho ante maio, abaixo das estimativas (0,50%), o que pode indicar que a economia brasileira patinou no segundo trimestre.