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Com novo ganho, FGTS vai render 6,20% ao ano e baterá nova poupança, calcula governo

A partir de agora, 100% do lucro será distribuído pelos cotistas, o que melhora a remuneração do fundo

Bárbara Leite

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A Medida Provisória (MP), assinada nesta quarta-feira (24), que libera saques anuais do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), prevê também uma melhora na remuneração do fundo, com a distribuição de 100% do lucro do ano anterior por todos os cotistas. Com isso, o fundo vai render 6,20% neste ano, acima do que está pagando a nova poupança–depósitos feitos depois de 4 de maio de 2012– de 4,55% (considerando a taxa Selic em 6,50%), segundo cálculos do governo.

Em relação à poupança antiga, que rende 6,50% ao ano, o fundo de garantia ainda perderá.

Segundo o texto, a rentabilidade do FGTS, vai somar, além dos 3% ao ano mais a Taxa Referencial (TR)– que está próxima de zero–, a distribuição de 100% do lucro do fundo do ano anterior; desde 2017, eram distribuídos apenas 50%.

Em 2018, a distribuição de 50% resultados do FGTS de 2017 elevou a rentabilidade das contas do fundo de 3,8% ao ano (3% + TR) para 5,59% ao ano. Foram distribuídos, em agosto, R$ 6,23 bilhões (metade do lucro de R$ 12,46 bilhões) para 90,7 milhões de trabalhadores.

Caso a nova regra já estivesse valendo, o ganho do FGTS em 2018 (relativo ao lucro de 2017) teria sido de 7%, de acordo com os números apresentados pelo equipe econômica no anúncio da nova MP.

Simulações do governo mostram que, em 2017, por exemplo, o ganho teria sido de 8,90%, contra 7,10%, sem a distribuição de 100% dos lucros.

Veja comparação entre o ganho anual histórico vs ganho com 100% do lucro distribuído:

2017: 5,60%/ 7,0%
2016: 7,10%/8,90%
2015: 4,70%/8,60%
2014: 3,80%/ 7,90%
2013: 3,10% /6,40%
2012: 3,40%/9,60%

*Os anos se referem ao ano do lucro, e não ao ano da distribuição do lucro

Os índices calculados pela equipe econômica, revelam, portanto, que se a nova regra já estivesse valendo, o ganho do FGTS seria o dobro do que foi pago aos cotistas.

A diferença do que pagará, neste ano, o fundo–6,20%– e a nova poupança poderá ainda ser maior, já que é esperado, na reunião da próxima quarta-feira (31), um corte na taxa básica de juros, a Selic, dos atuais 6,50% para 6% ao ano.

Com isso, o rendimento da caderneta, que é 70% da Selic mais a TR, cairá para 4,20%—de acordo com cálculos do professor de matemática financeira, José Dutra Vieira Sobrinho. Assim, o fundo ficará ainda mais atrativo frente à mais aplicação financeira mais popular do país.

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