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Com EUA-China, Ibovespa bate novo recorde; megaleilão faz dólar fechar acima de R$ 4

Otimismo com a assinatura do acordo parcial entre as duas potências mundiais dominou o humor do mercado, que ficou receoso com a possibilidade da participação da Petrobras na licitação de petróleo desta quarta ser mais elevada do que o previsto

Bárbara Leite

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Em modo "Touro de Ouro", Ibovespa renova dois recordes nesta quinta, intradiário e de fechamento–Foto: Pablo Spyer/Mirae Asset

O Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, desacelerou no fim do pregão mas ainda assim renovou o recorde de fechamento nesta segunda-feira (4) nos 108.621,07 pontos, contagiado pelo otimismo com a possibilidade de um acordo comercial parcial entre EUA e China. O indicador também marcou a máxima intradiária da história nos 109.352 pontos.

Já o dólar não se sustentou abaixo dos R$ 4, e fechou nos R$ 4,012, com alta de 0,43%. No melhor momento do pregão, a moeda recuou a R$ 3,9805.

Dos 68 papéis na carteira do Ibovespa, 44 subiam no fechamento, e 24 caíam. O giro financeiro da Bolsa nacional ficou em R$ 14,7 bilhões, acima dos R$ 12,4 bilhões médios diários de 2019.

A possibilidade da assinatura da “fase 1” do acordo entre EUA e China animou os mercados, depois que o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, disse neste domingo (3) que não havia razão para que o acordo não esteja no caminho certo para ser assinado ainda neste mês.

Mas a Bolsa perdeu força e o dólar acelerou com incertezas em relação ao megaleilão de petróleo do pré-sal da cessão onerosa, marcado para esta quarta-feira (6).

Por um lado, aumentou o receio da licitação, que pode movimentar mais de R$ 106 bilhões, não se concretizar, por conta de liminares. Nesta segunda (4), uma ação popular foi impetrada na Justiça Federal de São Paulo por associações de petroleiros para tentar impedir o leilão. Os autores alegam que as regras da oferta são lesivas ao patrimônio público.

Por outro, há aumentou a expectativa de que a Petrobras poderá ser agressiva no leilão e arrematar ela as áreas mais importantes, usando o próprio dinheiro que vai receber no leilão, já que os blocos que serão licitados são da petrolífera brasileira e já estão produzindo óleo. Ela vai vender o petróleo excedente desses blocos. Se isso acontecer, não vão entrar os dólares no Brasil que eram esperados. Com isso, o mercado ficou receoso que o fluxo de capital fique aquém do esperado. Duas importantes petrolíferas, entretanto, desistiram de participar do certame: a francesa Total e a britânica BP.

Pela manhã, o anúncio da captação externa pelo Tesouro Nacional aliviou a cotação do dólar. O Tesouro informou vai emitir títulos no mercado internacional, com bonds com vencimentos em 2029 e em 2050. A transação envolve reabertura da emissão em dólares de títulos de 2029 e cupom 4,5% global, e lançamento dos bônus soberanos para 2050. Segundo a Bloomberg, o Brasil deve buscar a captação de US$ 500 milhões.

Também pesou sobre o humor à tarde a cautela com a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) da reunião da semana passada, nesta terça-feira (5). No encontro, a autoridade reduziu a taxa básica de juros, a Selic, de 5,50% para 5% ao ano, nova mínima histórica. A nota que acompanhou a decisão sinaliza que a taxa deve cair a 4,50% em 11 de dezembro, mas após isso deve parar o ciclo de cortes que começaram em julho. O documento pode trazer informações adicionais sobre os próximos passos do comitê.

*Com Reuters


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