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Com aceno de Trump à China e Caged melhor que o esperado, dólar fecha em queda a R$ 4,15

Mercado “esqueceu” mau humor matinal, e terminou o dia animado; a moeda americana recuou 0,35% e o Ibovespa avançou 0,58%; Guedes também ajudou

Bárbara Leite

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Dólar chegou a bater a marca de R$ 4,19 pela manhã, perto do recorde histórico–Foto: Pixabay

O cenário de fechamento dos mercados nesta quarta-feira (25) nem lembra o mau humor geral vivido na parte da manhã. O dólar, que chegou a R$ 4,193, próximo do recorde histórico, terminou com queda de 0,35% para R$ 4,155.

À tarde, trouxe alívio a fala do presidente dos EUA, Donald Trump, que um acordo comercial com a China pode ser fechado mais cedo que o esperado, e a divulgação dos dados do Caged, que mostraram a criação de emprego formal no Brasil em agosto bem acima do previsto.

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O Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, depois de cair e operar perto da estabilidade, fechou em alta de 0,58%, aos 104.480 pontos, também reagindo ao noticiário sobre a guerra comercial e emprego no Brasil.

Na tarde desta quarta, um dia após fazer duras críticas à relação comercial com a China em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, Trump surpreendeu ao sinalizar uma possível trégua: “Eles querem muito fazer um acordo … Isso pode acontecer mais cedo do que você pensa”, disse a repórteres em Nova York.

Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, havia respondido aos ataques de Trump da véspera disse que o país não se curvará a ameaças americanas e alertou que a separação das economias da China e dos EUA é uma rota que levaria a “problemas infinitos” para ambos os países.

Emprego formal bate previsões

Também agradaram os números do mercado de trabalho de agosto. De acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgado pelo Ministério de Economia, o país abriu 121.387 vagas formais em agosto, no quinto mês consecutivo de geração de empregos e bem acima do projetado pelo mercado ( 98.881 pontos). Foi o melhor agosto desde 2013.

Os dados sugerem que a economia retoma a atividade e está conseguindo gerar empregos de melhor qualidade, com carteira assinada.

Guedes e Pacto Federativo

As declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, na audiência pública na Comissão Mista de Orçamento (CMO) também contribuíram para melhorar o humor dos investidores.

Ele declarou que pretende enviar ao Congresso o projeto do chamado pacto federativo, que discute as despesas obrigatórias, depois da aprovação da reforma da Previdência.

Impeachment de Trump e adiamento da reforma da Previdência ‘esquecidos’

O mercado passou a “esquecer” o noticiário que preocupava pela manhã: a confirmação do pedido de impeachment de Trump e o adiamento inesperado da votação do primeiro turno no Senado da reforma da Previdência para a próxima semana–a projeção era de que seria votada nesta quarta.

 O adiamento da votação seria uma forma de retaliação do Senado à ação da Polícia Federal que atingiu o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado, e à liminar do STF (Supremo Tribunal Federal) que autorizou os mandados de busca e apreensão.

Ele é suspeito em operação que apura desvios em obras públicas do Ministério da Integração Nacional, pasta comandada pelo parlamentar entre 2011 e 2013.  

Nesta tarde, foi divulgada pelo próprio Trump a transcrição da conversa entre ele e o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, que foi o estopim para a presidente da Câmara dos EUA e líder democrata, pedir a destituição do presidente do cargo. Eles acusam Trump de ter bloqueado ajuda militar à Ucrânia, pressionando Zelenski a investigar ex-vice-presidente Joe Biden, e candidato à Casa Branca para 2020, e seu filho, advogado de uma empresa ucraniana de energia.

O documento confirma que Trump pediu ao líder ucraniano para investigar Biden.

Segundo a transcrrição, Trump pediu ao ucraniano “para olhar” indícios de corrupção por parte de Hunter Biden, um dos filhos de Joe Biden. Hunter trabalhou para um grupo de gás ucraniano pertencente a um oligarca pró-russo de reputação duvidosa.

“Há muita conversa sobre o filho de Biden, que Biden impediu a investigação, e muita gente quer saber sobre isso”, diz Trump ao presidente Volodymyr Zelensky na ligação de 25 de julho.”Biden se gabava de ter parado a investigação, então se você pudesse olhar isso”, acrescentou.

Para Trump, “não houve pressão”, classificando o pedido de impeachment como “a maior caça às bruxas na história dos EUA”.

O mercado não acredita que o impeachment seja aprovado, já que ele detém a maioria no Senado, que dá o aval final ao processo.

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