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Dólar alto tira seu sono? Confira dicas de especialistas para melhor comprar a moeda

Para o economista-chefe do Fator, “o dólar cair a R$ 3,50 é uma fantasia”. Por isso, o turista deve-se preparar porque o valor da moeda deve continuar alto em 2019

Bárbara Leite

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Dólar segue pressionado pelos temores de recessão econômica global e crise na Argentina-Foto: Reprodução

Se estava esperando que o valor do dólar recuasse para a faixa dos R$ 3,50 a R$ 3,60 agora que a reforma da Previdência está mais perto de ser aprovada. Melhor esquecer. O ambiente externo recessivo deve pressionar a cotação até ao fim do ano e comprar a moeda dos EUA vai exigir alguns truques do turista.

“Todo o mundo falava que com a reforma da Previdência iria chover dólar aqui, que a taxa iria para R$ 3,50. Isso é uma fantasia. Agora começou-se a falar que será com a reforma tributária que vai chover dólar. Está claro que não vai acontecer isso”, diz o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves.

Para Gonçalves, que prevê um dólar comercial a R$ 4 ou perto desse valor no fim de 2019, quem tinha planos de viajar ao exterior mas ainda não comprou a viagem deve esperar para marcar.

Para aqueles que marcaram a passagem mas o custo de cancelá-la é alto, a recomendação é adquirir o dólar aos poucos. “Se vai comprar US$ 100 e vai viajar daqui a um mês, compra US$ 25 em cada semana. É estatisticamente a coisa mais razoável de se fazer. Não dá para acertar o dia em que a cotação estará mais baixa. A única garantia que o turista tem é a de poder fazer uma cotação média”, conta.

Pesquisar as cotações em plataformas online, que reúnem valores de várias casas de câmbio e de corretoras, e pechinchar permitem que o turista economize na compra, de acordo com o diretor de Câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo. “Pechinche o máximo que puder. Se um comprador cotar o dólar em 15 lugares diferentes, ele terá 15 preços diferentes. Nessas horas cabe fazer valer o lado consumidor e pechinchar”, orienta Bergallo.

Leia também: Nas casas de câmbio, dólar já bate R$ 4,20; no cartão pré-pago, moeda chega a R$ 4,65

Ele também lembra que, agora em tempos de dólar nas alturas mais do que nunca, o turista deve evitar adquirir a moeda em aeroportos, que costumam cobrar taxas extra e ter cotações mais elevadas, já que eles acabam sendo a última opção para quem não se programou.

Segundo o superintendente de varejo do grupo Travelex Confidence, Juvenal Marcelo dos Santos, o turista deve levar dinheiro em espécie para emergências e para gastos diários, como remédios, gorjetas ou transporte. Mas deve-se considerar a alternativa do cartão pré-pago, que apesar de cobrar um dólar mais caro, permite que o cliente trave a cotação da moeda no dia em que recarrega o cartão e pode ser uma forma de controlar os gastos.

O diretor de tesouraria do Travelex Bank, João Manuel Campanelli Freitas, recomenda ficar-se atento ao mercado e à variação da moeda: A tendência do dólar é se manter por volta de R$ 3,90 a R$ 4 neste final de ano, devido às incertezas econômicas mundiais. Ficar atento ao mercado e sua flutuação, pode propiciar a compra de moeda para viagem a preços interessantes”.

Dicas de como melhor comprar o dólar:

Para quem não quer perder o sono com a disparada do dólar e acabar gastando mais do que queria ou podia, as dicas são: planeje a viagem com antecedência, compre a moeda aos poucos, compare preços, pechinche e fuja dos juros do cartão de crédito para evitar surpresas na volta da viagem.

Saiba que o dólar comercial é a referência quando se fala como está a variação da divisa, mas quem vai viajar precisa comprar o dólar turismo, que costuma ser de 10 a 20 centavos mais caro que o comercial.

Planejar com antecedência
Planejamento e paciência são fundamentais para quem quer se dar bem na compra de moeda estrangeira. O turista deve programar a viagem ao exterior e a compra do dólar, de preferência um ano antes.

Pesquisar preços e pechinchar
O melhor é pesquisar as cotações em diferentes casas e corretoras de câmbio, além de bancos. Pergunte e verifique o preço da moeda, já com os impostos e eventuais taxas cobradas pelos estabelecimentos. Com isso, será possível melhor comparar as cotações. Os sites Melhor Câmbio, NeoCâmbio ou Boa Taxa podem ajudar na busca. Sempre negocie descontos, normalmente, as agências costumam aceitar uma redução dos valores.

Comprar aos poucos
A dica é ir comprando aos poucos, assim você aproveita uma queda da taxa no futuro, caso ela ocorra. Ou, se subir, você comprou pelo menos uma parte com a taxa mais baixa. Em momentos de muita volatilidade, como agora, vale a pena comprar um pouco toda a semana. O ideal seria programar a viagem um ano antes, e ir comprando um pouco de dólares todo o mês até à viagem. 

Se a viagem estiver muito perto, no atual momento de incerteza externa, o turista deve comprar um pouco cada dia para fazer preço médio. Saiba, porém, que ninguém sabe com certeza qual é a melhor hora para comprar dólar.

Escolher dinheiro em espécie e fugir do cartão de crédito
O mais econômico é comprar dinheiro em espécie e evitar usar o cartão de crédito lá fora, que já que o plástico paga um Imposto sobre operações financeiras (IOF) maior do que as cédulas físicas. No caso do cartão de crédito, o IOF é de 6,38%, o mesmo cobrado no cartão pré-pago. No dinheiro, o imposto é de 1,1%.

Além disso, a fatura do cartão de crédito usado no exterior terá como base o valor da cotação do dólar no dia de seu vencimento e não a do dia em que o cartão foi usado.  Alguns bancos já oferecem a possibilidade de travar a cotação no dia da compra. Veja se na sua instituição financeira há essa opção.

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