Mesmo com o exterior mais tenso, com a guerra comercial entre EUA e China e Brexit no radar, o dólar negocia em queda nesta terça-feira (3), em um dia de ajustes após a disparada na véspera, que deixou a moeda americana perto do maior patamar já registrado na história.
Pelas 11h30, o valor do dólar estava em R$ 4,162, com uma baixa de 0,51%, depois de ter fechado em R$ 4,184 nesta segunda, o maior nível desde 13 de setembro de 2018, quando alcançou o recorde da era do Plano Real, que é de R$ 4,1957.
A divisa segue o bom humor registrado por outras moedas de países emergentes, que vêm sendo penalizadas nos últimos tempos, devido aos receios de uma recessão global decorrente da guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta.
Lá fora, as Bolsas americanas começaram em queda, o que pode acabar respingando negativamente no mercado brasileiro. O Ibovespa, referência da Bolsa nacional, registrava mais um pregão negativo, e recuava 0,33% para 100.297 pontos, com o ambiente externo mais complicado.
Os investidores seguem preocupados com as dificuldades dos EUA e China, relatadas pela imprensa, de acertarem a data da nova rodada de negociações programada para este mês.
Neste terça (3), o presidente dos EUA, Donald Trump alertou a China pela demora nas negociações, dizendo que um acordo ficará mais difícil se ele foi reeleito em 2020.
“Estamos indo muito bem em nossas negociações com a China. Embora eu tenha certeza de que eles gostariam de lidar com um novo governo para continuar sua prática de “imitação dos EUA”. 16 meses é muito tempo para causar hemorragia em empregos e empresas a longo prazo … E então, pense no que acontecerá com a China se eu vencer. O negócio seria muito difícil! Enquanto isso, a cadeia de suprimentos da China vai desmoronar e empresas, empregos e dinheiro desaparecerão! ”, segundo uma série de tuítes, publicados por Trump, nesta terça (3).
Nesta terça, a saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit, também deixa os investidores em alerta. O parlamento britânico pode dizer tenta impedir que o primeiro-ministro Boris Johnson, busque um Brexit sem acordo dos termos do “divórcio”, algo que pode levar, segundo a imprensa local, ao premiê convocar uma eleição antecipada para 14 de outubro.
Uma saída sem acordo, no chamado “No-deal”, pode provocar caos ao sistema financeiro local e atingir o resto do mundo. Os britânicos podem ficar sem comida, remédios e combustíveis, em caso de uma saída brusca do bloco europeu.