A temporada de divulgação de balanços do terceiro trimestre não para, e nesta terça-feira (29), mais sete empresas divulgaram seus resultados financeiros. Veja o desempenho de Magazine Luiza (MGLU3), Cielo (CIEL3), Duratex (DTEX3), Ecorodovias (ECOR3), Raia Drogasil (RADL3), Smiles (SMLS3) e Multiplan (MULT3).
1. Magazine Luiza surpreende no trimestre da chegada da Amazon
O grupo varejista Magazine Luiza (MGLU3) anunciou teve lucro ajustado de R$ 136,3 milhões no terceiro trimestre, alta de 12,7% sobre um ano antes. A cifra veio acima das projeções dos analistas ouvidos pela Bloomberg, que era de R$ 114,333 milhões.
O trimestre marca a entrada de um novo grande player no mercado, a Amazon, que oferece um pacote de serviços, com filmes, séries, jogos e frete grátis, a R$ 89 ao ano (pacote anual) ou R$ 9,90 por mês.
Em termos líquidos, o lucro da rede varejista quase dobrou: foram R$ 235,1 milhões, um salto de 96,7% ante o mesmo período de 2018.
O resultado operacional do Magazine Luiza medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 300,7 milhões, aumento de 7% ano a ano. Em termos líquidos, o Ebitda deu um salto de 79,7%, para R$ 501,2 milhões.
Já o Ebitda ficou abaixo do esperado pelo mercado, que era de R$ 349,5 milhões.
Vendas aumentam 47%; marketplace salta 300%
De julho a setembro, as vendas totais do Magalu atingiram R$ 6,8 bilhões, um avanço de 47% em relação ao mesmo período de 2018, número bem acima do que projetavam os analistas (R$ 4,657 bilhões).
O e-commerce, composto por site, superapp de vendas, marketplace ( site da rede que agrega seus produtos e dos parceiros) e as operações de Netshoes, Zattini e Época Cosméticos, cresceu 96% no trimestre. Em setembro, pela primeira vez, as vendas digitais representaram aproximadamente metade das receitas totais da companhia.
2. Cielo frustra com queda de 51,7% no lucro
A Cielo (CIEL3), maior empresa de meios de pagamentos do país, anunciou lucro líquido de R$ 358,1 milhões no terceiro trimestre, queda de 51,7% na comparação com igual etapa de 2018.
O número veio abaixo da previsão média de analistas da Refinitiv (ex-Reuters), de R$ 376,6 milhões, e dos analistas ouvidos pela Bloomberg (R$ 376,7 milhões) para o período.
A queda no resultado da empresa controlada pelo Banco do Brasil e Bradesco veio acompanhada de uma receita menor e forte aumento nas despesas.
Sofrendo com a entrada de novos concorrentes ao mercado das “maquinhinhas de cartão”–como Stone, SafraPay e GetNet–, a receita líquida da Cielo recuou 5,5% no terceiro trimestre, para R$ 2,8 bilhões. Já as despesas aumentaram 15% e atingiram R$ 2,36 bilhões. O chamado “yield”, ou seja, o percentual das vendas realizadas nas maquininhas que se transformam em receita para a Cielo caiu de 0,82% para 0,75% no trimestre. Há 12 meses, o yield era de 1,01%.
Do lado positivo, a empresa aumentou sua base ativa de clientes em 4,7% no trimestre e em 18,9% em 12 meses, atingindo 1,508 milhão.
3. Lucro da Duratex cai à metade
O lucro líquido da Duratex (DTEX3) somou R$ 30,5 milhões no terceiro trimestre de 2019, queda de 50,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo a empresa, o desempenho negativo foi puxado pelos gastos com despesas gerais e administrativas e a piora do resultado financeiro da companhia, ambos relacionados à consolidação dos resultados da Cecrisa, além de gastos com a nova unidade de celulose solúvel.
O desempenho veio em linha com o esperado, segundo analistas do BTG Pactual.
A empresa teve receita líquida consolidada de R$ 1,308 bilhão, uma queda de 13,5% em relação ao mesmo período de 2018, com a ressalva de que, desconsideradas a receita advinda da venda de terras e ativos biológicos para a Suzano, ocorrida no terceiro trimestre de 2018, a receita líquida pro forma aumentou 2,4%, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.
Já o Ebitda ajustado e recorrente foi de R$ 237,9 milhões no período, uma alta anual de 13,5%; a margem atingiu 18,2%.
4. Lucro da Multiplan bate projeções
A administradora de shopping centers Multiplan (MULT3) informou lucro líquido de R$ 121,5 milhões no terceiro trimestre, alta de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado, com apoio de maiores vendas em 18 das 19 unidades da companhia. O número veio ligeiramente acima do projetado pelo Refinitiv, que era de R$ 116,2 milhões.
A receita líquida subiu 8%, para R$ 328,6 milhões, enquanto o Ebitda foi de R$ 235,1 milhões, aumento de 3,4% sobre um ano antes. A margem Ebitda caiu 3,2 pontos percentuais, para 71,5%.
Os lojistas dos shopping centers da Multiplan registraram vendas de 3,8 bilhões de reais no trimestre, alta de 5,2% sobre um ano antes. Já as vendas base mesmas lojas cresceram 5,4%.
5. Raia Drogasil: receita e Ebitda superam previsões
O lucro líquido da Raia Drogasil (ex-Onofre) somou R$ 135,6 milhões no terceiro trimestre, um crescimento de 12,5% em relação a igual intervalo de 2018. A cifra veio abaixo do esperado que era de R$ 142 milhões. Já o Ebitda ajustado, considerando o IRFS16, foi de R$ 519,5 milhões, um crescimento de 21,7%, e bem acima do esperado (R$ 328 milhões).
A receita líquida, que atingiu R$ 4,6 bilhões, também bateu as previsões (R$ 4,45 bilhões).
De julho a setembro, a rede registrou 52 aberturas de lojas orgânicas, adicionou outras 42 lojas adquiridas da Onofre, encerrou 13 filiais e suspendeu temporariamente outras 3 para mudança de bandeira, encerrando o período com 1.995 lojas em operação. A meta de abertura de nova sunidades foi mantida em 240 tanto para 2019 como para 2020.
6. Ecorodovias reverte lucro e tem prejuízo com acordo de leniência
A administradora de concessões de infraestrutura logística Ecorodovias (ECOR3) teve prejuízo líquido de R$ 408,6 milhões no terceiro trimestre, ante lucro de R$ 91,7 milhões um ano antes.
A Ecorodovias ressaltou que os resultados foram afetados pelos acordos de leniência e pelos acordos de ex-executivos com o Ministério Público Federal (MPF).
O acordo de leniência foi firmado entre concessionárias do grupo e o MPF no valor de R$ 400 milhões. Também ex-executivos da companhia colaboraram com as autoridades e o pagamento ficou acertado em R$ 66,8 milhões.
Em termos recorrentes, a companhia reportou lucro de R$ 58,2 milhões de julho a setembro, ainda assim uma queda de 36,5% contra um ano antes nesse comparativo, na esteira de maiores despesas operacionais e da piora no resultado financeiro.
O Ebitda ficou negativo em R$ 9,8 milhões, ante número positivo de R$ 413,5 milhões um ano antes.
Já a receita líquida pró-forma (desconsidera a receita de construção) do grupo atingiu R$ 777,2 milhões no trimestre, 22% superior à do terceiro trimestre de 2018.
“A isenção da cobrança de pedágio para eixos suspensos reduziu a receita de pedágio em R$ 173,8 milhões entre maio de 2018 e setembro de 2019. No 3T19, a redução totalizou R$ 34 milhões e nos 9M19, R$ 96,9 milhões”, segundo informou a empresa.
O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 180,4 milhões, aumento de 39,5% na comparação anual.
7. Smiles: receita é recorde
O lucro líquido da Smiles (SMLS3) recuou 29,5% no terceiro trimestre de 2019, a R$ 149,5 milhões, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Desconsiderando os ganhos extraordinários do ano anterior, o resultado teria caído 2,5%.
Já a receita líquida do programa de fidelidade da companhia aérea Gol foi recorde, chegando a R$ 279,3 milhões, uma expansão de 6,1% em comparação com igual período do ano anterior.
Conforme a empresa, o indicador foi impulsionado por maiores receitas de “breakage” (milhas a vencer sem resgate) tanto ante o terceiro trimestre de 2018 (+22,4%), quanto em relação ao trimestre imediatamente anterior (+30,1%).
O faturamento bruto – um tradicional indicador da direção e intensidade das receitas dos próximos períodos – cresceu ao ritmo de 7,7% frente ao mesmo período no ano anterior, totalizando R$ 633,7 milhões, aponta a companhia.
*Com Money Times