A VF Corporation, empresa americana dona das marcas Timberland, Vans e Kipling disse nesta quinta-feira (29) que não comprará mais couro brasileiro de forma direta, devido aos incêndios na Amazônia.
A holding VF Corp afirmou que retomará a compra de couro do Brasil quando tiver “confiança e garantia de que os materiais utilizados em nossos produtos não contribuem para os danos ambientais no país”.
Na véspera, o presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), José Fernando Bello, enviou uma carta ao governo alertando sobre a suspensão das compras da holding, mas, em seguida, desmentiu a informação.
Segundo ele, o setor quer saber quais são as demandas da empresa americana para que os curtumes possam prestar os esclarecimentos necessários.
“Nossos curtumes estão surpresos, eles possuem certificação internacional (de boas práticas de produção) com o maior nível de avaliação. Mas a gente entende que tem o fato da Amazônia, das queimadas, isso sensibiliza e a gente entende. O que nos resta é respeitar a decisão”, disse Bello.
O dirigente disse que a VF “não compra grandes volumes, mas é um cliente importante”. “Vender para uma marca famosa ajuda a vender para outras”, afirmou.
O setor tenta um encontro ainda nesta quinta-feira com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para discutir o problema.
No país, mais de 85 mil incêndios foram registrados até à semana passada, uma alta de 84% em relação ao ano anterior. A disparada teve repercussão internacional, com o presidente Jair Bolsonaro e o francês Emmanuel Macron trocando farpas e acusações. O líder francês, que acusou o presidente brasileiro de ter mentido para ele sobre seu compromisso com a mudança climática, chegou a ameaçar o acordo histórico firmado entre a União Europeia e o Mercosul.
*Com agências