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Andrés diz que ‘apalavrou’ acordo com Caixa e que vai pagar dívida

“Pego de surpresa” pela notificação da Caixa da execução dos débitos relativos ao financiamento da arena em Itaquera, presidente do Corinthians descartou perder estádio

Bárbara Leite

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Andrés diz que foi "pego de surpresa" e fala que clube paga o juro mais alto das arenas da Copa–Foto: Reprodução

O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez , diz que foi “pego de surpresa” com a execução da dívida da arena do clube, em Itaquera, pela Caixa Econômica Federal, uma vez que vinha negociando com o banco até há 20 dias com o qual havia “apalavrado” um cronograma de pagamentos. Em entrevista coletiva, nesta sexta-feira (13), Andrés admitiu que o clube atrasou duas parcelas do financiamento ao banco estatal, mas bancou: “não vamos perder o estádio”.

“Vim aqui para dar uma resposta ao nosso torcedor. O Corinthians nunca negou a dívida, nunca deixou de pagar. A gente tinha um acordo com a Caixa, em quatro meses pagava menos, em oito mais. Estamos cumprindo. Se for esse acordo, devemos dois meses. Se for o outro, (o atraso) é desde abril. E conversando todo mês. Essa dívida vamos pagar. Temos que chamar a Caixa para dizer se vamos responder judicialmente. Atingiu ao fundo e não ao Corinthians”, disse o dirigente.

Nesta quinta-feira (12), o Corinthians recebeu um notificação judicial da Caixa informando a execução de uma dívida no valor de cerca de R$ 500 milhões pela obra do Itaquerão.

De acordo com Andrés, o cronograma feito, entre o fundo que gere a Arena Corinthians e a Caixa, por acordo verbal (“apalavrado”), e não documentado, previa repassar nos meses de novembro a fevereiro, período com menos jogos no estádio, um valor de R$ 2,5 milhões por mês, abaixo dos R$ 5,7 milhões mensais acordados nos restantes meses. A diferença seria paga no fim do contrato do financiamento.  

Com a entrada da nova diretoria da Caixa, nomeada pelo presidente Jair Bolsonaro no começo deste ano, o trato verbal, porém, não foi reconhecido.

“É que nem você comprar um carro para pagar em 60 meses e durante o financiamento muda o dono da financeira e ele pede para pagar à vista. É o que aconteceu”, disse.

Questionado sobre o motivo do atraso no pagamento de duas parcelas do financiamento, Andrés lembrou que o estádio não obteve receitas com a Copa América.

“Atrasou porque não tinha dinheiro. Não teve jogo. Dezembro, janeiro, Copa América, tem mês que tem dois jogos. Em fevereiro a renda não dá para pagar, mas nunca deixamos de conversar, eles estavam cientes”, contou.

Nas palavras de Andrés, o Corinthians deve questionar a posição da Caixa na Justiça, mas se disse aberto a negociar. No entanto, diz que, no entendimento do clube, a dívida é de cerca de R$ 470 milhões, e não de R$ 520 milhões como calcula a Caixa.

‘Corinthians paga o juro mais alto dos estádios da Copa’

Andrés ainda apontou diferenças de tratamento do banco estatal com a Arena Corinthians e outros estádios da Copa de 2014: “Não sei se pegam mais pesado com o Corinthians. Dos 14 estádios que pegaram empréstimo do pré-Copa, o juro do Corinthians é o mais pesado”.

Ele negou, porém, ver perseguição política do banco ao clube. “Não quero acreditar em perseguição política, são pessoas sérias, é uma Caixa”, disse.

A Caixa emprestou R$ 400 milhões para a construção do estádio, desse total R$ 170 milhões já foram pagos, segundo o clube.

*Com Globoesporte.com

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