O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que não tem pressa para responder aos ataques de drones feitos a instalações de refinarias de petróleo na Arábia Saudita, mas que se for preciso, o país “está mais pronto do que nunca para uma guerra.
A declaração feita nesta segunda-feira (16) contrasta com o tom mais agressivo no domingo (15), quando disse que os EUA estavam preparados para reagir ao atentado deste sábado (14), que fechou metade da produção petrolífera da Arábia Saudita, maior exportador de petróleo do mundo e aliado dos americanos.
Ao ser questionado sobre se os ataques teriam vindo ou não do Irã, o presidente disse que “parece muito que vieram”, mas que que estava esperando uma resposta da Arábia Saudita e de sua inteligência para descobrir quem era o responsável. “Não queremos uma guerra, mas se for preciso, estamos mais prontos do que nunca”, disse ele.
“Esse foi um grande ataque e ele pode ser respondido por um bem maior do que o deles por nós, mas vamos esperar primeiro para ver quem foi de fato”, disse ele. Segundo Trump, o Irã quer continuar conversas diplomáticas, mas uma reunião ainda não está marcada. “As sanções continuam como sempre estiveram”, afirmou.
Trump também falou que o secretário de Estado, Mike Pompeo, irá se encontrar com a Arábia Saudita para ver o que será feito. Segundo ele, os árabes “terão muito envolvimento” caso seja necessário uma resposta.
Por fim, o presidente afirmou que liberou parte das reservas estratégicas “caso faltasse combustível”. Ele também disse que irá aprovar alguns oleodutos no Texas para facilitar o transporte de petróleo.
Neste sábado, dez drones atacaram uma instalação de processamento de petróleo em Abqaiq e o campo de petróleo Khurais da Saudi Aramco, a petrolífera estatal da Arábia Saudita, causando uma perda de 5,7 milhões de barris de produção de petróleo por dia ou 50% da produção de petróleo do reino.
A Arábia Saudita é o maior exportador mundial de petróleo, fornecendo cerca de 10% das necessidades globais. Isso significa que o corte de 5,7 milhões de barris diários, equivale a quase 6% do consumo mundial, o que mostra a envergadura do problema. Javier Blas, correspondente-chefe de Energia da agência Bloomberg, disse no Twitter não se lembrar de uma perda dessa envergadura no volume de petróleo da noite para o dia desde a invasão do Kuwait pelas tropas iraquianas de Saddam Hussein, em 1990.
Nesta segunda-feira, devido ao encerramento da produção de 5,7 milhões de barris de petróleo por dia e diante do temor de um conflito armado entre EUA e Irã, o preço do petróleo tipo Brent, a referência mundial, disparou 14,6%, o maior salto em quase 30 anos. O tom mais ameno de Trump pode ajudar a acalmar o mercado.
*Com informações da CNBC