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Mercado vê Selic menor em 2020 e tomba projeções para inflação

Novas estimativas do Boletim Focus refletem os dados fracos do IPCA de setembro e da atividade do varejo e dos serviços em agosto

Bárbara Leite

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Boletim Focus, divulgado pelo BC, reúne as estimativas de cerca de cem analistas do mercado financeiro–Foto: Agência Brasil

Economistas consultados pelo Banco Central (BC) cortaram a projeção para a taxa básica de juros, a Selic, para o fim de 2020, ao mesmo tempo em que derrubaram fortemente as estimativas para a inflação oficial medida pelo IPCA tanto para o fim deste ano como para o próximo.

De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (14), a nova projeção para o juro básico é de 4,75% ao ano, contra 5% na semana anterior. Isso significa que, como a taxa projetada para o fim de 2019 também é 4,75%, os analistas não preveem mexidas nos juros no ano que vem.

O corte se dá após várias casas de investimentos, como UBS e Bradesco, terem reduzido as projeções do juro básico para 2019, para 4,50% ao ano. Havia a expectativa de que a taxa para 2019, divulgada nesta segunda, já espelhasse esse cenário.

Ao mesmo tempo, o mercado também passou a ver taxas bem menores de inflação para 2019, dos anteriores 3,42% para 3,28%, e para 2020, de 3,78% para 3,73%.

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As revisões se dão após o país apresentar dados mais fracos do índice de preços em setembro e das atividades de serviços e varejo em agosto, além da projetada queda da taxa da bandeira amarela da conta da luz, até ao final do ano.

Os dados indicam que há uma menor pressão sobre os preços, que, por sua, vez, abre espaço para o Banco Central (BC) cortar mais os juros, para animar a economia que cresce de forma lenta, sem gerar inflação.

Dados mais fracos da economia

O IBGE divulgou que setembro teve uma deflação de 0,04%, maior do que a estimada, levando a taxa acumulada em 12 meses a 2,89%, abaixo da barreira dos 3%.

O instituto também revelou que o varejo terminou agosto com uma alta de apenas 0,1% ante os projetados 0,3%, enquanto o avanço de julho teve forte revisão em baixa, de 1% para 0,5%. Os serviços, por sua vez, puxados pelo setor de transportes, muito ligado à queda atividade da indústria, caíram 0,2% em agosto e também tiveram o dado de julho revisto em baixa (de 0,8% para 0,7%).

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Para reforçar a inflação baixa, também foi divulgado que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) planeja reduzir, até ao fim do ano, o valor da taxa extra da bandeira amarela a cada 100 killowatts-hora (kWh) consumidos, dos atuais R$ 1,50 para R$ 1,34. Tarifa mais baixa, menos pressão sobre os preços.

Dólar e PIB: sem mudanças

Os economistas continuam a ver o dólar em R$ 4 no fim de 2019 e em R$ 3,95 no fim do ano que vem.

Apesar dos indicadores mais fracos da atividade econômica, as estimativas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um país) do Brasil, foram mantidas: alta de 0,87% para o fim do ano 2019 e em 2% para o fim no ano que vem.

Confira o resumo das novas projeções do Boletim Focus:

  • Selic: 4,75% ao ano (2019) e 4,75% (2020)
  • PIB: 0,87% (2019) e 2% (2020)
  • IPCA: 3,28% (2019) e 3,73% (2020)
  • Dólar: R$ 4 (2019) e R$ 3,95 (2020)

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