Levantamento do Datafolha mostra que despencou de 65%, em dezembro– pouco antes do início do governo Bolsonaro–, para 40%, no fim de agosto, a parcela de brasileiros que acredita que a situação econômica do país vai melhorar.
O percentual já havia recuado para 50% em abril deste ano e para 46% no início de julho.
Por outro lado, a avaliação de que vai piorar aumentou, passando de 9% em dezembro para 18% em abril, 19% em julho e 26% em agosto.
O percentual dos entrevistados que dizem que a economia ficará como está oscilou dentro da margem de erro nos três últimos levantamentos e está agora em 31%. Outros 3% não sabem.
Para maioria, crise vai demorar para acabar
O Datafolha também mostra que a maioria dos brasileiros diz que a crise econômica vai demorar para acabar e que o que o Brasil não vai voltar tão cedo.
No fim do ano passado, a posição majoritária era que o período de recessão, seguido de baixo crescimento, estava próximo do fim.
Quando lhes foi perguntado sobre crise econômica que o país vive nos últimos anos, 59% responderam que ela demora a acabar e que o Brasil não volta a crescer tão cedo. No levantamento, em dezembro, eram 42%.
Na época, 50% afirmaram que a crise iria terminar em breve e que o país voltaria a crescer nos meses seguintes. Em agosto deste ano, esse percentual estava em 35%. Outros 4% dizem que a crise já acabou, e 3% não sabem.
Elas estão mais pessimistas; bolsonaristas seguem otimistas
O pessimismo é maior entre mulheres (61%) do que entre homens (56%) e diminui conforme aumenta o grau de escolaridade e a renda familiar. Ou seja, o pessimismo é maior entre os mais pobres e menos escolarizados.
O otimismo em relação ao fim da crise só supera o pessimismo entre os simpatizantes dos PSL (para 80% deles, ela já acabou ou acaba em breve), entre os que avaliam o presidente da República como ótimo ou bom (70% fazem a mesma avaliação) e entre os que votaram em Jair Bolsonaro em 2018 (60%)
Depois de dois anos de recessão (2015 e 2016), o país cresceu apenas 1,1% em 2017 e em 2018. Para 2019, a expectativa é uma expansão ainda mais fraca, de 0,8%.
As estimativas para 2020 estão em queda em razão da desaceleração da economia mundial e já ficam abaixo de 2%.
O Datafolha ouviu 2.878 pessoas em 175 municípios de todas as regiões do país em 29 e 30 de agosto.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.