A produção industrial nacional subiu 0,3% em setembro, o segundo mês consecutivo de alta mas três vezes menos do que estimado pelos analistas, que previam um salto de 0,9%. De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (1º), o aumento da indústria em setembro foi puxado principalmente pela produção de veículos automotores, com alta de 4,3%.
Apesar da perda no ritmo do crescimento em relação a agosto de 2019 (que apresentou crescimento de 1,2%), a variação é considerada positiva. “Temos o crescimento na produção da indústria por dois meses consecutivos, algo que não vemos desde março e abril de 2018. A observação é que esse crescimento está concentrado em poucas atividades: 11 das 26 atividades mensuradas pela pesquisa. O ideal é que esse crescimento atinja um número maior de setores”, explica o gerente da pesquisa, André Macedo.
A produção industrial de veículos automotores, reboques e carrocerias avançou 4,3% no mês de setembro e, assim, conseguiu reverter o recuo de 2,4% no mês de agosto. Para Macedo, essa volatilidade pode ser explicada, por um lado, pela queda das exportações para a Argentina (que somam cerca de 40%), refletida no índice de agosto, e, em setembro, pelo aumento da demanda doméstica.
Outros setores que tiveram impacto positivo na produção foram o de confecção de artigos de vestuário e acessórios (6,6%), de bebidas (3,5%), de produtos de metal (3,7%), de móveis (9,4%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,0%) e de produtos de borracha e de material plástico (1,4%). Todas essas atividades haviam apresentado taxas negativas no último mês de agosto.
Entre os setores que tiveram baixas estão: impressão e reprodução de gravações (-28,6%), indústrias extrativas (-1,2%), máquinas e equipamentos (-2,8%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,8%) e produtos do fumo (-7,7%).
Ano negativo para a indústria
Com o resultado de setembro, a produção industrial apresentou uma queda de 1,4% no acumulado do ano.
“Temos um ambiente de incerteza no mercado, com parte das famílias adiando as decisões de consumo, os trabalhadores fora do mercado de trabalho e a diminuição na demanda”, explica Macedo.