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Funcionários dos Correios entram em greve por tempo indeterminado

Categoria é contra a proposta salarial e a privatização da estatal e quer a manutenção do acordo coletivo; ‘80% das agências vão aderir à greve’, diz diretor do Sintect-SP

Bárbara Leite

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Movimento começou às 22h desta terça e é por tempo indeterminado–Foto: Reprodução

Funcionários dos Correios decidiram em assembleias pelo país iniciar uma greve por tempo indeterminado a partir das 22h desta terça-feira (10). O movimento, que será por tempo indeterminado, reivindica um reajuste salarial maior que os 0,8% oferecidos pela empresa, manutenção do acordo coletivo e não a privatização da empresa.

Segundo Douglas Cristóvão de Melo, diretor de comunicação do Sintect-SP (Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba) e da Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios), 36 sindicatos pelo país decidiram aderir à paralisação em assembleias realizadas nesta terça (10). São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Acre, Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, e Tocantins são alguns Estados que já aderiram ao movimento.

“Cerca de 80% das agências vão aderir à greve”, disse ele. Alguns sindicatos ainda farão assembleias. Todos os serviços da estatal devem ser afetados.

Os trabalhadores dos Correios protestam contra a proposta de reajuste salarial oferecida pela empresa, de 0,8% – menor que os 3,1% da inflação acumulada em 12 meses pelo Índice de Preços ao Consumidor (INPC). Além disso, ele também estão contra a exclusão do vale cultura, a redução do adicional de férias de 70% para 33% e o aumento da mensalidade do convênio médico e da co-participação em tratamentos de saúde. A exclusão dos pais de planos de saúde também é um ponto sensível na negociação.

Os trabalhadores e a estatal estavam desde julho negociando, com mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), novo acordo coletivo para a categoria. A empresa, no entanto, não aceitou os termos indicados. 

“A direção da ECT e o governo querem reduzir radicalmente salários e benefícios para diminuir custos e privatizar os Correios. Entregar o setor postal a empresários loucos por lucro. Para manter nosso acordo coletivo, repor as perdas aos salários e manter os empregos vamos ter que lutar”, informou em nota a Findect. 

O acordo coletivo da categoria ficou vigente até o início de agosto. Antes de expirar, durante a audiência no TST, as duas partes concordaram em prorrogá-lo até 31 de agosto, enquanto as negociações andavam. Durante esse período de conversas, os sindicatos se comprometeram a não iniciar greve. No entanto, o novo prazo chegou e uma solução ainda estava pendente. Os Correios não quiseram prolongar por mais um mês o acordo, como propôs a Justiça do Trabalho, e, com isso, os trabalhadores voltaram a se organizar para uma paralisação.

Não à privatização

A categoria também é contra a privatização da empresa. Os Correios entraram, no mês passado, na lista do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), o que seria um início de um processo de privatização da estatal. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já anunciou que quer vender todas as estatais e os Correios estão entre as prioridades.

“Nos dois últimos anos foram R$ 700 milhões de lucro líquido. A ECT repassa dinheiro para o governo federal a título de dividendos, pois o governo é o acionista. É realmente um mito que os Correios representem algum ônus para o governo. É o contrário, o governo é que retira dinheiro dos Correios”, comentou a presidente do Sintect/MS (Sindicato dos Trabalhadores nos Correios e Telégrafos), Elaine Regina Oliveira.

*Com agências

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