A China divulgou os números do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um país) do terceiro trimestre nesta sexta-feira (18) na Ásia, mostrando que a economia cresceu 6% em relação há um ano, o menor crescimento em pelo menos 27 anos e meio, segundo registros da Reuters.
O dado veio ligeiramente abaixo do esperado, que era de 6,1%, segundo analistas ouvidos pela agência, e menor do que o registrado no segundo trimestre, que havia sido de avanço de 6,2%.
Para Vishnu Varathan, chefe de economia e estratégia do Departamento de Tesouraria da Ásia e Oceania do Mizuho Bank, o PIB da China caiu acentuadamente desde o primeiro trimestre de 2018, quando cresceu 6,8% devido ao aperto de crédito e à guerra comercial do país com os EUA.
“Não há dúvida de que a crise é grave”, acrescentou Varathan em nota divulgada na segunda-feira (14) antes dos dados, segundo a CNBC.
O país definiu como meta de crescimento econômico para 2019 entre 6% e 6,5%.
O crescimento da China deve continuar desacelerando nos próximos dois trimestres, disse Bo Zhuang, economista-chefe da TS Lombard na China.
Isso ocorre porque o crescimento real dos serviços diminuiu de forma agressiva nos últimos meses, disse Zhuang ao “Street Signs” da CNBC.
Zhuang espera que o crescimento da China diminua para 5,8% no quarto trimestre do ano, com a meta de crescimento para o ano todo em 6,1%.
“Dadas as negociações comerciais e o conflito com os EUA, as autoridades chinesas estão aceitando taxas de crescimento mais baixas”, disse Zhuang.
Dados recentes da China frustraram. Os números de importação e exportação da China para setembro foram piores do que o esperado em meio ao atrito comercial do país com os EUA.
Os dois gigantes econômicos estão envolvidos em uma disputa comercial há 18 meses, com cada país aplicando tarifas sobre bilhões de dólares em mercadorias do outro.
A última rodada de negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo terminou no fim da semana passada em Washington. Após a reunião, os EUA disseram que suspenderiam um aumento de tarifas sobre os chineses, que estava programado para a última terça-feira (15).
O presidente dos EUA, Donald Trump, também anunciou que os dois países fecharam um acordo parcial, chamado de “fase 1”, que inclui a compra pelos chineses de US$ 40 bilhões a US$ 50 bilhões em produtos agrícolas americanos, além de envolver propriedade intelectual e serviços financeiros, cujos detalhes ainda não foram divulgados.
*Com CNBC