Após declarações senadores e deputados de que o valor no saques do FGTS, previsto na Medida Provisória, assinada nesta quarta-feira (24), pode sofrer alta no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro disse achar “difícil” o Parlamento aprovar, mas que os parlamentares têm o direito de alterar. No entanto, ressaltou que é preciso mostrar de onde tirar recursos para continuidade do programa Minha Casa Minha Vida.
“Acho difícil eles (o Parlamento) tomarem medida nesse sentido, mas tem todo o direito de tomar. Se, na ponta do lápis, eles falarem que não será atingida a construção de casa popular no Brasil, não tem problema. Depende de eles mostrarem. Matemática não tem como fugir. Dois e dois são quatro e ponto final”, afirmou Bolsonaro, ao deixar o Palácio da Alvorada nesta sexta (26).
No Congresso, entretanto, a disposição de deputados e senadores é contrária ao pedido de Bolsonaro.
“A equipe econômica do presidente Bolsonaro está tímida em relação ao saque do FGTS. Não vai resolver nada. É um grão de areia num oceano. Tinha que seguir o exemplo da equipe comandada por Henrique Meirelles [ministro da Fazenda do governo Michel Temer]”, disse o líder do Podemos, o deputado José Nelto (GO), que defende uma liberação de, no mínimo, R$ 1.000.
Já o líder do PSD, o senador Otto Alencar (BA), disse ser favorável ao aumento, mas que é preciso tomar cuidado para não afetar o financiamento me moradias populares.
No anúncio da liberação do saque, uma medida para tentar elevar o consumo do país, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o limite do saque de R$ 500 do FGTS é a conta certa para não prejudicar o setor da construção civil, destacando que esse montante seria um “excesso” nas contas do fundo. É que o segmento se financia com recursos do FGTS. Um debandada poderia gerar falta de capital para o setor, um dos que está ganhando impulso após anos de retração.
*Com agências