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Agenda econômica da semana: veja o que você precisa acompanhar

Fique pode dentro dos principais eventos no Brasil e no mundo, que devem mexer com o mercado financeiro entre esta segunda-feira, 14, e sexta-feira, 18 de outubro

Bárbara Leite

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Após dois pregões animados, que culminaram com o anúncio de um acordo parcial entre EUA e China, que pode levar ao fim da guerra comercial entre as duas potências econômicas que dura há 18 meses, os mercados vão digerir o avanço das negociações e ficar atentos a novidades.

Apesar da trégua, na terça, o Fundo Monetário Internacional (FMI) deve cortar suas projeções para o crescimento econômico mundial, o que pode mexer com as expectativas enquanto o acordo não avança além da compra pela China de produtos agrícolas americanos.

Atenção ainda para o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) da China, que pode refletir os impactos da guerra comercial.

A agenda externa tem ainda a divulgação das vendas do varejo nos EUA, no mesmo dia em que sai o Livro Bege do Fed (Banco Central dos EUA), com novas previsões para a economia americana.

No Brasil, destaque para o Boletim Focus e o IBC-Br, que podem trazer ou sinalizar cortes da taxa básica de juros, a Selic, indicações que têm pressionado o dólar.

Também nesta semana vai ocorrer a votação no Senado do projeto que define as regras da divisão dos recursos do megaleilão da Petrobras de venda do petróleo excedente do pré-sal, a chamada cessão onerosa. A definição é essencial para garantir a votação da reforma da Previdência, prevista para o dia 22.

Segunda-feira (14)

1. Início da reserva do IPO da C&A

A rede varejista de moda C&A inicia a reserva de ações do seu IPO (Oferta Pública Inicial), operação para ser listada em Bolsa. O IPO é composto por uma oferta primária de 49,3 milhões de ações–emissão de novos papéis– somada a uma oferta secundária de 32,9 milhões de ações–venda pelos acionistas que fazem parte do grupo controlador da família Brenninkmeijer, que criaram a marca C&A em 1861. Os investidores poderão reservar entre o mínimo de R$ 3 mil e o máximo de R$ 1 milhão.

O preço por ação estará situado na faixa indicativa entre R$16,50 a R$ 20, porém, podendo ser fixado acima ou abaixo da faixa. Considerando o preço médio de R$ 18,25, o valor total da oferta será de R$ 1,5 bilhão, sem lote suplementar. Não haverá “lock-up” (período em que fica vetada a venda das ações) para o varejo aliado à preferência de distribuição. A reserva vai até o dia 23; o preço sairá no dia 24 e as ações, com código CEAB3, começarão a negociar na B3, Bolsa brasileira, no dia 28.

2. Boletim Focus

O Banco Central (BC) divulga, às 8h30, o Boletim Focus, com as projeções de cerca de cem economistas do mercado financeiro para o dólar, PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um país), taxa básica de juros, a Selic, e a inflação oficial medida pelo IPCA para 2019 e 2020.

Veja as estimativas na semana passada:

  • Selic: 4,75% ao ano (2019) e 5% (2020)
  • PIB: 0,87% (2019) e 2% (2020)
  • IPCA: 3,42% (2019) e 3,78% (2020)
  • Dólar: R$ 4 (2019) e R$ 3,95 (2020)

3. IBC-Br, prévia do PIB brasileiro

Sai às 9h o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB nacional, de agosto, também divulgado pelo BC. O resultado pode reforçar as apostas de que a Selic pode cair a 4,50% no fim do ano. O mercado espera estabilidade na taxa.

4. Dados da China e Zona do Euro

Antes do mercados abrirem, serão divulgados os dados da balança comercial chinesa de setembro e o PMI (índice de gerentes de compras) industrial da China também do mês passado, além dos números da produção industrial da Zona do Euro de agosto. Às 22h30, a China anuncia indicadores de inflação de setembro– CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) e o PPI (índice de preços ao produtor, na sigla em inglês).

Os números podem dar sinais sobre o impacto da guerra comercial na economia chinesa e europeia.

Terça-feira (15)

1. Reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial

Começam em Washington as reuniões anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Kristalina Georgieva e David Malpass, a diretora-geral do FMI e o presidente do Bird, presidem ao evento, que contará com a participação de vários membros dos bancos centrais e do setor financeiro. No mesmo dia, o FMI divulga o seu “outlook” econômico mundial, o primeiro com Georgieva como diretora-geral, que deve cortar a projeção de alta de 3,2% no PIB global. Ela já sinalizou que vê riscos ao crescimento global.

2. Cessão onerosa: divisão dos recursos

O Senado pode votar o projeto de lei que define novas regras para o rateio de parte dos recursos do leilão de petróleo do pré-sal a ser realizado no próximo dia 6 de novembro. O leilão deve gerar R$ 10,9 bilhões para os Estados. A distribuição desse dinheiro entre os entes da federação é o centro de uma disputa entre o Senado e a Câmara e condição para o avanço da reforma da Previdência.

A Câmara aprovou o projeto e mudou as regras da divisão, após acordo entre os parlamentares e governadores, aumentando as fatias destinadas a Estados mais ricos, populosos e exportadores.

O projeto ainda precisa receber o parecer do relator, senador Omar Aziz (PSD-AM). Ele veio da Câmara e, se for aprovado sem alterações, poderá seguir para sanção presidencial.

3. Japão, Reino Unido, Alemanha e Zona do Euro

Vários indicadores econômicos serão divulgados e podem mostrar como andam as economias com o efeito da guerra comercial ou do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia). No Japão, sai a produção industrial de agosto; no Reino Unido, a taxa de desemprego de agosto e na Alemanha, os indicadores de situação atual e expectativas de outubro.

4. Grandes bancos americanos divulgam balanços

Os maiores bancos dos EUA, JPMorgan, Goldman Sachs e Citigroup , divulgam os resultados financeiros do terceiro trimestre de 2019.

5. Empire Manufacturing

Sai às 9h30, o  Índice Empire State de Atividade Industrial em Nova York, que mede a saúde econômica do setor de fabricação por meio de um levantamento de cerca de 200 fabricantes no Estado de Nova York.

6. Falas de membros do FED

O dia está cheio de eventos em que vários membros do Fed vão falar e podem dar indicações sobre a trajetória dos juros nos EUA. Uma possível queda maior aqui do que por lá já está afastando do Brasil investidores que ganham com o diferencial das taxas. Entre eles estão James Bullard, do Fed de St Louis, Esther George, do Fed de Kansas, todos considerados determinantes para a definição final da decisão sobre a trajetória dos juros, que sai no dia 30.

Quarta-feira (16)

1. Vendas do varejo dos EUA

Às 9h30 serão divulgadas as vendas do varejo nos EUA em setembro. Segundo a Bloomberg, elas devem ter aumentado. Este crescimento deverá confirmar que o consumo se mantém robusto.

2. Livro Bege

Às 15h, sai o Livro Bege do Fed (Banco Central dos EUA), com novas previsões para a economia americana.

3. Falas de membros do Fed

Discursos de dois integrantes da autoridade americana vão marcar o dia: Charles Evans (do Fed de Chicago) fala às 11h45 ,e a Lael Brainard, do conselho do Fed, às 16h.

Quinta-feira (17)

1. Produção industrial dos EUA

Pelas 10h15, os números da produção industrial dos EUA serão conhecidos. Em agosto, a indústria acelerou e subiu 0,6%, acima do previsto pelo mercado (0,1%).

2. Definição de preço do follow-on do BB

Sai a definição do preço dos papéis de uma das operações aguardadas neste mês: a oferta de novas ações Banco de Brasil (BB), no chamado follow-on. É esperado que o BB consiga captar cerca de R$ 6 bilhões com a operação.

3. Falas de membros do Fed

Mais um dia em que diversos membro do Fed farão discursos. Charles Evans, do Fed de Chicago, volta a falar às 15h, mesma hora do pronunciamento de Michelle Bowman, do Fed. Pelas 17h20, é a vez de John Williams, do Fed de Nova York.

4. Brexit

 A uma semana de terminar o prazo de acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia, no chamado Brexit, os líderes europeus vão se reunir, por dois dias, para discutir o ponto da situação. Apesar dos avanços nas negociações na semana passada, caso o premiê britânico Boris Johnson não apresente uma solução que agrade a Bruxelas e se chegue a dia 31 sem acordo, não está descartada a possibilidade de uma saída brusca do país do bloco europeu, o que traria consequências muitos negativas para o Reino Unido, podendo contagiar a Europa e o resto do mundo.

Sexta-feira (18)

1. China

“Pacotão” com números da China dominam o dia. Sai o PIB do terceiro trimestre, a produção industrial e as vendas de varejo de setembro.

2. Falas de integrantes do Fed

A semana fecha com mais discursos de integrantes da autoridade monetária dos EUA. Às 10h, quem fala é Robert Kaplan (do Fed de Dallas), às 11h05, é a Esther George ( do Fed de Kansas) e às 12h30, a Clarinda volta a se pronunciar. Tal como o que acontecerá ao longo da semana, eles podem sugerir para onde vão os juros, e mexer com as apostas por aqui.

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