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Afinal, vale a pena sacar os R$ 500 do FGTS?

Caixa começa a liberar os saques do fundo no dia 13 de setembro; veja quando é vantajoso retirar os recursos

Bárbara Leite

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Governo espera que saques injetem R$ 28 bilhões na economia-Foto: Agência Brasil

 A Caixa Econômica Federal começa em 13 de setembro a liberar os saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de até R$ 500 por conta ativa (emprego atual) ou inativa (empregos antigos), em um calendário que vai até 31 de março de 2020. É esperado que a medida injete R$ 28 bilhões na economia neste ano.

Mas, afinal, vale ou não vale a pena sacar o dinheiro? A resposta depende de cada caso.

Para quem está endividado ou inadimplente, a resposta é sim, uma vez que os juros de qualquer financiamento batem de longe o rendimento do fundo, mesmo após o ganho do FGTS ter sofrido um reajuste com a decisão de dividir o lucro do ano anterior pelos cotistas. Há ainda a vantagem de quem está negativado poder limpar o nome, e, por exemplo, conseguir uma vaga de emprego (já que muitas empresas levam em consideração a situação financeira do candidato).

Caso o dinheiro não dê para quitar toda a dívida, a orientação é renegociar o débito, pagar uma entrada e dividir o restante em parcelas que caibam no bolso, para não se regressar ao vermelho. Sempre priorizando as dívidas mais caras (cartão de crédito e cheque especial) e as de serviços essenciais (água, luz, gás).

Para ir às compras, como quer estimular o governo, a resposta é não. O dinheiro do fundo deve ajudar a formar uma reserva para emergências, como desemprego ou doenças.

Para investir ou fazer reserva de emergência, a resposta é: depende. Para o professor e consultor financeiro André Massaro, em termos de rentabilidade não compensa tirar os recursos, já que com a nova regra de distribuição de 100% do lucro, o FGTS já vai render 6,20% ao ano, mais que a poupança (4,20%), próximo da taxa básica de juros, a Selic, e mais do que muitos fundos, que pagam 100% do CDI. Mas, por outro lado, quem deixar de sacar pode perder a oportunidade de tirar o dinheiro e aplicá-lo em uma aplicação mais vantajosa, diz Massaro.

Na dúvida, veja: se você considera que vai aplicar os recursos em um investimento que pague mais de 6,20% ao ano, vale a pena sacar. Se não for o caso, deixe o dinheiro lá acumulando para sua reserva de emergência ou para dar entrada na casa própria.

Das alternativas no mercado que podem ser mais rentáveis, há umas mais arriscadas que outras. Os títulos do Tesouro prefixados estão entre as mais conservadoras. O Tesouro IPCA+, que segue a inflação, é o recomendado no cenário atual de queda de taxas de juros. (No ano até julho, por exemplo, o IPCA + com juros semestrais 2035 rendeu 17,33%).

Não esquecendo que, a aplicação nos títulos do Tesouro, como o IPCA +, pagam Imposto de Renda (IR) e quem pegar o dinheiro antes do prazo do título será penalizado.

Outras aplicações financeiras como a Bolsa, fundos de ações, fundos multimercados e fundos de investimento imobiliário, também podem dar retornos maiores do que o FGTS, mas, é preciso saber, que, nestes casos, o trabalhador pode até perder todo o saldo que retirou do fundo, já que são ativos de risco, onde não há garantias. Não servem para quem quer fazer uma reserva de emergência ou não pode arriscar esse dinheiro.

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