O Magazine Luiza (MGLU3) anunciou, nesta quinta-feira (31), que vai lançar uma oferta pública de novas ações, operação chamada de “follow-on” (quando uma empresa já está listada em Bolsa e emite novas ações para captar dinheiro), que pode movimentar até R$ 5,282 bilhões, considerando a colocação de um lote adicional. O cálculo considera a cotação de fechamento da ação da rede varejista nesta quarta-feira (30) em R$ 44,02.
A oferta vem no momento em que o Magalu tem seu melhor desempenho operacional desde o IPO (Oferta Pública Inicial) e enfrenta concorrência mais acirrada com a chegada do pacote Prime da gigante americana Amazon. Nesta quarta, após a divulgação dos resultados financeiros do terceiro trimestre, a ação da Magazine Luiza, bateu ser recorde histórico nos R$ 44,02.
Conforme aprovado pelo conselho de administração, a oferta, que será 100% primária (totalidade do valor encaixado será para a empresa), é de 90 milhões de ações. Considerando o valor de fechamento desta quarta, a empresa pode captar R$ 3,96 bilhões com a operação.
Caso haja demanda, poderá será colocado um lote adicional de 30 milhões de ações (no chamado hot issue). Nessa oferta adicional, haverá uma parte primária (valor arrecadado será para a empresa), de 10 milhões de novas ações– e uma secundária (venda por acionistas fundadores da empresa) de 20 milhões de ações.
Assim, a oferta pode girar até R$ 5,282 bilhões, caso o lote suplementar seja vendido. Desse total, R$ 4,402 bilhões é dinheiro que efetivamente será usado para investimentos pela empresa; o restante dos recursos vai para a família Trajano.
O preço final da ação será definido em processo de coleta de intenções (bookbuilding) em 12 de novembro. As novas ações entram em negociação no dia 14 de novembro.
Atuais acionistas: prioridade
Segundo a empresa, haverá a concessão de prioridade aos atuais acionistas, apenas referente à oferta primária. O direito, no entanto, não poderá ser negociado.
O período de subscrição prioritária será entre o 1º de novembro (esta sexta-feira) e dia 8 de novembro.
Destino dos recursos
Com o dinheiro levantado na operação, a empresa vai aplicar em:
1. Investimentos de longo prazo:
- expansão da plataforma de marketplace
- investimentos em tecnologia, inovação, pesquisa e desenvolvimento
- automação dos centos de distribuição
- iniciativas em serviços digitais
- expansão de novas categorias
- abertura de novas lojas
- transformação das lojas existentes em mini-centros de distribuição (“shoppable distribution centers”)
- aquisições estratégicas
2. Otimização da estrutura de capital da companhia, incluindo reforço de capital de giro
Oito bancos vão trabalhar como coordenadores da oferta: Itaú BBA (coordenador-líder), BTG Pactual, Banf of America Merrill Lynch, JP Morgan, BB Investimentos, Bradesco BBI e o Morgan Stanley.