A segunda-feira (26) mal começou e o presidente dos EUA, Donald Trump, já voltou a virar o centro das atenções.
Por volta das 3h da manhã nos EUA, Trump, que está na França, para o encontro do G7, grupo das sete economias mais desenvolvidas do mundo, disse aos jornalistas que o governo chinês convocou sua equipe em Washington no domingo, não uma, mas duas vezes, em uma tentativa de reiniciar as negociações sobre o comércio.
“A China telefonou ontem à noite e disse que vamos voltar para a mesa de negociação”, disse Trump.
“Eles entendem como a vida funciona”, contou.
De acordo com Trump, os funcionários dos EUA receberam duas chamadas “muito produtivas” dos chineses, mas se recusaram a dizer se ele havia falado diretamente com Xi Jinping, presidente da China.
“Eles querem fazer um acordo”, disse ele, acrescentando que os EUA aceitariam o convite chinês e voltariam às negociações.
“Vamos começar muito em breve e negociar e ver o que acontece, mas acho que vamos fazer um acordo”, falou à margem do G7.
China nega contato
De acordo com a China, porém, as conversas não aconteceram.
Questionado por repórteres sobre as declarações de Trump pouco depois do presidente americano ter falado, Geng Shuang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores em Pequim, disse que não sabia de nenhuma ligação telefônica para os EUA nos finais de semana.
Ele repetiu a posição da China de que a guerra comercial deve ser resolvida por meio de negociações, acrescentando que a China se opõe resolutamente às novas tarifas dos EUA, e observando que as tarifas dos EUA violam o acordo entre os líderes em Osaka.
Mercado se anima apesar de negativa chinesa
No entanto, apesar da negativa da China, os futuros do S&P 500, que antecipa como vão abrir as Bolsa americanas, reverteram as perdas após os comentários de Trump, e passaram a subir.
As novas declarações de Trump também podem puxar o ânimo dos mercados brasileiros.
Mais cedo, as Bolsas asiáticas fecharam em queda forte nesta segunda-feira com as declarações de Trump na véspera: Tóquio fechou em baixa de 2,17%; Hong Kong caiu 1,91% e Xangai, 1,17%.
No domingo, o presidente americano havia afirmado estar arrependido de não ter aumentado mais as tarifas sobre produtos chineses, depois que uma declaração sua foi interpretada como um arrependimento à nova escalada da guerra comercial.
Na sexta-feira, às vésperas do encontro do G7, a China anunciou que aplicaria novas tarifas a produtos americanos, levando os principais índices ocidentais a fechar em queda de mais de 2% e fazendo Trump sugerir que as empresas americanas encontrassem alternativas à China. No mesmo dia, Trump respondeu com aumento das taxas anunciadas no início do mês.
*Com agências