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Nas casas de câmbio, dólar já bate R$ 4,20; no cartão pré-pago, moeda chega a R$ 4,65

Divisa dos EUA salta com temores de uma recessão econômica global, após dados ruins da China e da Alemanha

Bárbara Leite

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Divisa acompanha mau humor do exterior-Foto: Reprodução

O dólar negocia nesta quarta-feira (14) pressionados pelos indicadores ruins chineses e da Alemanha, que reforçaram os receios de uma desaceleração econômica mundial, abandonando o otimismo da véspera após os EUA darem uma trégua na guerra comercial com a China.

Pelas 12h, o dólar comercial estava cotado a R$ 4,014, com alta de 1,20%. O dólar turismo, aquele que os turistas levam nas viagens, acompanha a valorização e chega a ser comercializado a R$ 4,21 nas casas de câmbio de São Paulo nesta quarta-feira.

De acordo com o site Melhor Câmbio, que tem cotações de 98 casas de câmbio em São Paulo, a moeda oscila entre R$ 4,19 e R$ 4,21. No Rio, nos 68 estabelecimentos avaliados, a divisa varia de R$ 4,20 a R$ 4,21.

Esse valor é para dinheiro em espécie. No cartão pré-pago, modalidade que paga o mesmo IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) do cartão de crédito, de 6,38%, mas tem vantagem de permitir que o cliente trave a cotação da moeda no dia em que recarrega o cartão, o dólar turismo está ainda mais alto.

Em São Paulo, entre R$ 4,39 e R$ 4,65; enquanto nas casas de câmbio do Rio, entre R$ 4,40 e R$ 4,46.

China e Alemanha: dados ruins

A China divulgou os números de produção industrial, vendas no varejo e investimento de julho da China, que ficaram mais uma vez abaixo das expectativas de mercado.

Segundo nota da Guide Investimentos, os dados chineses indicam “que as medidas adotadas pelo governo estão sendo insuficientes para promover uma estabilização da economia. Junto aos impasses internos e externos que o gigante asiático está enfrentando atualmente, a situação preocupa mais, uma vez que quanto mais se estenderem os problemas para a segunda maior economia mundial, mais o cenário para a economia global se deteriorará”, explica.

Os indicadores da Zona do Euro, em particular, da Alemanha também mostram a mesma tendência de arrefecimento das economias.

No segundo trimestre, a economia da Zona do Euro (grupo com 19 países europeus) desacelerou e cresceu apenas 0,2%. O maior destaque dentre os países membros foi justamente a Alemanha, que registrou uma contração de 0,1% no período e mostrou que a maior economia da região já pode estar entrando em recessão.

“De modo geral, os dados reforçaram a fraqueza da economia europeia, e assim como os números da China, contribuem para a manutenção do receio em torno de uma desaceleração econômica em escala global”, segundo a Guide.

Trégua de Trump

Na véspera, o dólar havia tido um dia de trégua e chegou a R$ 3,967, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o adiamento de tarifas de importação à China, de setembro para 15 de dezembro, sobre vários itens, incluindo eletrônicos e brinquedos, para não “estragar” o Natal dos americanos.

O adiamento aconteceu após conversas telefônicas entre as autoridades comerciais entre os dois países, que se comprometeram a conversar novamente em duas semanas.

Argentina

Na Argentina, o peso tinha mais um dia de desvalorização, mesmo depois do presidente Mauricio Macri anunciar um pacote de medidas para aliviar a população prejudicada pela recessão e alta inflação do país. Macri tenta reverter a sua quase derrota nas eleições presidenciais de outubro, depois da sinalização nas prévias deste domingo (11), que mostraram que os argentinos querem a esquerda de volta ao poder.

Na véspera, o dólar havia tido um dia de trégua e chegou a R$ 3,967, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o adiamento de tarifas de importação à China, de setembro para 15 de dezembro, sobre vários itens, incluindo eletrônicos e brinquedos, para não “estragar” o Natal dos americanos. O adiamento aconteceu após conversas telefônicas entre as autoridades comerciais entre os dois países, que se comprometeram a conversar novamente em duas semanas.

Mercado doméstico: reformas no radar

Nem o avanço de medidas para melhorar a atividade econômica brasileira e as contas públicas aninam os investidores nesta quarta, que segue o péssimo clima do exterior.

Nesta terça (13), o texto-base da MP da Liberdade Econômica foi aprovada na Câmara. Ela promete desburocratizar dos negócios, o que pode aliviar o caixa das empresas.

No Senado foi fechado o calendário da reforma da Previdência, que deverá ser aprovada em 10 de outubro. Dois antes, em 8 de outubro, está previsto sair o parecer da Câmara da reforma tributária, que pode mexer com a tributação de dividendos e trazer de volta a CPMF–entretanto já rejeitada pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o próprio Bolsonaro.

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