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Acordo entre Mercosul e UE pode gerar 778,4 mil empregos no Brasil em 10 anos, estima CNI

Após 20 anos de negociações, blocos fecharam, nesta sexta-feira (28), uma parceria de livre-comércio

Bárbara Leite

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Negociações entre UE e Mercosul iniciaram em 1999 -Reprodução

O acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) selado nesta sexta-feira (28), após 20 anos de negociações, pode elevar em US$ 9,9 bilhões as exportações do Brasil para a União Europeia, um aumento de 23,6% em dez anos, com potencial de gerar 778,4 mil empregos, segundo cálculos da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Na avaliação da indústria, esse aumento nas exportações não é trivial. Entre 2012 e 2016, as exportações brasileiras para os europeus caíram de US$ 49,1 bilhões para US$ 33,4 bilhões. Registrou leve recuperação em 2017 e encerrou 2018 em US$ 42,1 bilhões. Desse total, 56% foram de bens industrializados. 

O acordo de livre-comércio envolve os 28 países da UE e as quatro nações que fazem parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Os dois blocos juntos reúnem cerca de 750 milhões de consumidores e US$ 19 trilhões de PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um país).

Para os países do Mercosul, o acordo prevê um período de mais de uma década de redução de tarifas para produtos mais sensíveis à competitividade da indústria europeia. No caso europeu, a maior parte do imposto de importação será zerada tão logo o tratado entre em vigor. O acordo cobre 90% do comércio entre os blocos.

De acordo com estudo da CNI, dos 1.101 produtos que o Brasil tem condições de exportar para a União Europeia, 68% enfrentam tarifas de importação ou quotas. Além disso, dados da indústria mostram que o agronegócio consome R$ 300 milhões em bens industrializados no Brasil para cada R$ 1 bilhão exportado.

“Esse acordo pode representar o passaporte para o Brasil entrar na liga das grandes economias do comércio internacional. Cria novas oportunidades de exportação devido à redução de tarifas europeias, ao mesmo tempo que abre o mercado brasileiro para produtos e serviços europeus, o que exigirá do Brasil aprofundamento das reformas domésticas. O importante é que essa mudança será gradual, mesmo assim as empresas devem começar a se adaptar a essa nova realidade”, diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

O Ministério da Economia estima que o acordo UE-Mercosul deve representar um incremento de US$ 87,5 bilhões (R$ 336 bilhões) em 15 anos para o PIB brasileiro, podendo chegar a US$ 125 bilhões (R$ 480 bilhões).

Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, comemora fechamento de acordo Mercosul e União Europeia Foto: Divulgação)

A União Europeia é a segunda maior compradora de bens do Mercosul (20%), atrás apenas da China. As exportações do quarteto sul-americano para os 28 países do bloco europeu totalizaram € 42,6 bilhões em 2018. No outro sentido, a UE vendeu o equivalente a € 45 bilhões.

Carnes, soja, café, bebidas e tabaco estão entre os itens mais comercializados do sul para o norte. Na contramão, a União Europeia vende sobretudo veículos e máquinas, produtos farmacêuticos e químicos e equipamentos de transporte ao Mercosul.

Na parte agrícola, segundo as pastas, o acerto deve reduzir barreiras no mercado europeu de produtos importantes para o Brasil, como suco de laranja, frutas e café solúvel. 

Fonte: Ministério das Relações Exteriores

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