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Nos 25 anos do Plano Real, FHC cutuca Paulo Guedes e fala em ‘impulsos presidenciais que assustam’

Ex-presidente também declarou que o atual ministro da Economia “não tem jeito de lidar com o Congresso”

Bárbara Leite

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Completa nesta segunda-feira (1º) 25 anos do Plano Real, que ajudou o Brasil a derrotar seu maior vilão desde os anos 1980: a hiperinflação. Em junho de 1994, a inflação chegava a 5.000% ao ano; em 1995, essa taxa caiu a 22% ao ano e, em 1998, para 1,6%. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que comandava o Ministério da Fazenda, quando o plano foi implementado, abriu o seminário “25 anos do Real – Os desafios para o Brasil”, promovido pelo jornal “Correio Braziliense”, em Brasília, e disse, em vídeo, que o real ” deu uma certa tranquilidade ao país” e que lembrou com carinho o apoio do então presidente Itamar Franco ao seu trabalho, respaldo que sugere o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, não ter do presidente Jair Bolsonaro.

“A gente vê, de vez em quando, uns impulsos presidenciais que assustam. Dá a impressão de que o ministro da Fazenda não tem tanto poder quanto é necessário para levar adiante o país”, disse FHC.

Para FHC, Guedes “não tem jeito de lidar com o Congresso”. “A diferença que havia naquela época em que eu fui ministro da Fazenda é que eu era senador. Então, eu me reunia com as bancadas todas, discutia com elas. Eu sabia o jeitão, e o Itamar, também. Agora, eu acho que é uma situação mais voluntariosa do que propriamente de conquistar o apoio”, falou.

Segundo ele, “o presidente atual, qualquer presidente, tem que entender, primeiro, que o Congresso tem força. Os partidos são fracos. O Congresso, não”.

Comparando o momento atual com o período de implantação do Plano Real, Fernando Henrique alertou sobre a importância de “ganhar a população, não o mercado”, para que reformas sejam realizadas. “A população tem que perceber que esse governo vai nos levar para algum futuro”, disse. “Essas reformas não se fazem de sopetão, vão acontecendo”, acrescentou.

Presente no evento, Roberto Padovani, economista-chefe do Banco Votorantim , que era assessor da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, lembrou que a nova moeda deixou para trás uma trajetória inflacionária alta de 80 anos. “Reduzimos a inflação de 5000% em junho de 1994, para 2% em pouco mais de quatro anos. Algo espetacular”, disse ele.

Para ele, o histórico da economia brasileira, e no mundo, mostra que mudanças necessárias são feitas em épocas de crise. “A reforma da Previdência será aprovada porque há um medo social de ruptura, como havia quando foi feito o Plano Real”, contou.

Já o economista Pérsio Arida, um dos idealizadores do Plano Real, afirmou que combater o déficit público é uma das tarefas enfrentadas no “segundo capítulo” do plano.

“A  batalha do crescimento é uma batalha de reformas, para dar mais produtividade ao Brasil. A estabilidade monetária, o grande teste dela, vai acontecer quando o Brasil voltar a crescer, e crescer de forma acelerada”, acredita.

disse em vídeo exibido no evento ’25 anos do Real – Os desafios para o Brasil’, promovido pelo jornal “Correio Braziliense”, em Brasília.

Segundo Padovani, em 1º de julho de 1994, quando a nova moeda começou a circular, deixou para trás uma trajetória inflacionária alta de 80 anos. “Reduzimos a inflação de 5000% em junho de 1994, para 2% em pouco mais de quatro anos. Algo espetacular”, disse o economista, que era assessor da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda comandado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na época em que o Plano Real foi implementado.   

 seminário sobre os 25 anos do real, na sede do 

Antes do Plano Real 1988-980%; 1989:1.972%; 1990: 1.620%; 1991: 472%; 1992: 1.119%; 1993: 2.477%; 1994:916%; 1995:22%; 1996: 5,2%; 1996:9,5% 1997: 5,2% 1998: 1,6% 2018:3,74%

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