A inflação oficial do Brasil acelerou em julho ante o mês anterior, puxada pela alta de 4,48% na conta de luz, mas ainda assim foi o resultado mais baixo para o mês em cinco anos e permanece em níveis confortáveis para o Banco Central (BC) continuar reduzindo os juros.
O IPCA subiu 0,19% em julho, após ligeira alta de 0,01% em junho, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (8).
Apesar da aceleração, este é o resultado mais fraco para o mês desde 2014, quando foi registrada inflação de 0,01%.
“O IPCA de julho apresentou variação de 0,19%, abaixo das expectativas de analistas ouvidos pela Bloomberg (0,24%). Essa surpresa se concentrou em segmentos mais voláteis do IPCA, como alimentos in natura e higiene pessoal”, comentou o estrategista do banco digital Modalmais, Felipe Sichel.
No acumulado de 12 meses até julho, o indicador passou a acumular alta de 3,22%, sobre 3,37% no mês anterior, no menor nível desde maio de 2018 e permanecendo bem abaixo da meta para este ano, que é de 4,25%.
“Dois fatores contribuíram para o aumento no item energia elétrica: a mudança da bandeira tarifária, que passou de verde para amarela, e o reajuste da tarifa em São Paulo, que tem um peso grande no índice”, explica o analista da pesquisa, Pedro Kislanov. Com isso, o grupo habitação fechou com alta de 1,20%, gerando um impacto de 0,19 ponto percentual na taxa.
Segundo o economista do IBGE Fernando Gonçalves, a alta da luz nesta época do ano começa a virar tradição. “Houve uma forte pressão da energia elétrica agora e isso já está virando um padrão, algo sazonal. Escolas em fevereiro e energia no meio do ano”, disse.
O BC reduziu neste mês a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para a nova mínima histórica de 6% ao ano, e indicou que continuará a reduzir os juros em meio à fraqueza da economia, inflação bem comportada, melhora no ambiente externo e avanço da reforma da Previdência.
*Com Reuters