O resultado surpresa das eleições primárias para a presidência da Argentina levou pânico aos mercados financeiros do país nesta segunda-feira (12), fazendo com que o Merval, o principal da Bolsa da Argentina, caísse 48% em dólares.
Trata-se da segunda maior queda de um dia em qualquer uma das 94 Bolsas de Valores acompanhadas pela agência Bloomberg desde 1950. Só perdeu para a Bolsa do Sri Lanka, que caiu mais de 60% em junho de 1989, quando a nação estava envolvida em uma guerra civil.
O Merval já havia recua mais de 45% em 2002, com receios do país declarar uma nova moratória, como a do ano anterior.
Bolsa | Variação em um dia | Ano |
Sri Lanka | -61,7% | 1989 |
Argentina | -48% | 2019 |
Argentina | -45,2% | 2002 |
Cazaquistão | -38,6% | 2002 |
Mongólia | -35,4% | 2004 |
Fonte: Bloomberg
O resultado da eleição deste domingo (11), que é uma prévia da disputa presidencial, marcada para 27 de outubro, indica como quase improvável que o liberal e atual presidente do país vizinho, Maurício Macri, ganhe a corrida. Ele perdeu por 15 pontos de vantagem para o candidato da oposição e de esquerda, Alberto Fernández, que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como sua vice.
Fernández já disse que vai acabar com muitas das medidas de austeridade impostas por Macri para conter o déficit das contas públicas e cumprir as exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI), que financia o país. Entre outras mexidas serão dados reajustes aos aposentados. Esses aumentos seriam bancados pela redução do pagamento dos juros da sua dívida. O anúncio fez soar um alerta de volta do país a 2001, ano da moratória.