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Fala de Trump derruba Bolsa e faz dólar ampliar alta

Presidente dos EUA diz não estar pronto para acordo com a China e eleva preocupação com desaceleração global

Bárbara Leite

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Presidente Trump falou na Casa Branca antes de sair de férias-Foto: Reprodução

(Publicado às 13h35; atualizado às 18h)

A preocupação com a falta de acordo comercial entre os EUA e a China e consequente desaceleração econômica global, que já estava no radar dos investidores, nesta sexta-feira (9), foi agravada com a fala do presidente dos EUA, Donald Trump, na hora do almoço. De imediato, a Bolsas começaram a cair e o dólar ampliou a valorização.

Pelas 13h26, a moeda dos EUA era negociada a R$ 3,419 com alta de 0,57%, enquanto o Ibovespa, referência da Bolsa brasileira, que subia, passou a cair. Nesse período, o tombo era de 0,43% para 103.600 pontos. No final, a moeda dos EUA subiu 0,39% para R$ 3,9420, acumulando avanço de 1,30% na semana. Já o Ibovespa terminou com queda de 0,11% para 103.996, mas fechou a semana com alta.

O presidente americano disse não estar pronto para finalizar um acordo comercial com a China e apontou que pode cancelar as reuniões marcadas para setembro, em um novo ataque na acirrada guerra comercial EUA-China.

“Vamos ver se vamos, ou não, manter nossa reunião de setembro”, disse Trump à imprensa na Casa Branca, antes de sair de férias em seu resort de golfe em Nova Jersey.

As relações azedaram ainda mais na semana passada, depois que Trump anunciou uma nova rodada de tarifas punitivas sobre os produtos chineses, apesar de uma trégua com o presidente Xi Jinping. Pequim reagiu suspendendo todas as compras de produtos agrícolas americanos.

 O Tesouro americano, então, declarou a China um manipulador de moeda, depois que o yuan teve forte desvalorização, diante da nova rodada de tarifas que deve entrar em vigor em 1º de setembro. O órgão acredita que o país deixou a moeda ficar mais fraca para ganhar vantagens competitivas nas vendas aos EUA. Com o yuan mais fraco, os produtos da China vendidos aos EUA ficam mais baratos e os americanos mais caros para os chineses. Essa desvalorização seria uma forma de compensar o aumento de preços que os produtos chineses vão ter com as novas tarifas em setembro.

“Não estamos prontos para fechar um acordo, mas vamos ver o que vai acontecer”, afirmou o presidente. “Temos todas as cartas. Estamos bem”, insistiu.

Os dois países impuseram tarifas de US$ 360 bilhões no comércio bilateral e, com a nova rodada anunciada por Trump, todos os produtos chineses estariam sujeitos a tarifas punitivos.

Trump lamentou nesta quinta (8) a força do dólar americano que coloca os fabricantes americanos em desvantagem e, mais uma vez, exigiu que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) reduzisse as taxas de juros para compensar isso.

A falta de acordo preocupa porque tende a afetar as economias das duas potências mundiais, que, por efeito, tenderiam a retrair suas compras de outros países, impactando no desenvolvimento mundial. Essa expectativa já vem fazendo os bancos centrais ao redor do mundo baixarem suas taxas para estimularem o consumo interno em seus países. Nova Zelândia, Turquia, África do Sul, Coreia do Sul, Brasil e até aos EUA são algumas das nações que tiveram os juros cortados por conta desse enfraquecimento econômico.

*Com AFP

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