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EUA dá um alívio nas tarifas à China, dólar ‘esquece’ Argentina e cai a R$ 3,96

Já o Ibovespa disparava perto de 2%, após o anúncio de adiamento, para 15 de dezembro, de novas taxas sobre várias importações chinesas

Bárbara Leite

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Na véspera, moeda dos EUA chegou a tocar nos R$ 4, com temores de volta da esquerda ao poder na Argentina-Foto: Reprodução

(Publicado às 11h50; atualizado às 18h40)

O anúncio do representante do Comércio dos EUA adiando a tarifa adicional de 10% sobre várias importações chinesas animou, nesta terça-feira (13) o mercado, fazendo “esquecer” a crise na Argentina que trouxe pânico na véspera e pesava nos negócios na abertura. De imediato, a Bolsa de Nova York saltou 400 pontos, enquanto o Ibovespa, que operava com alta tímida, perto da estabilidade, passou a avançar mais de 1%. Já o dólar, por tabela, que ascendia a R$ 3,99, virou e passou a recuar para a casa dos R$ 3,95.

No fechamento, a moeda dos EUA ficou nos R$ 3,9670, uma queda de 0,42% em relação ao pregão anterior, quando a divisa chegou a tocar em R$ 4, após o resultado surpresa das eleições primárias na Argentina neste domingo (11) indicar que a direita pode perder a presidência no pleito de 27 de outubro.

Já o Ibovespa terminou com alta de 1,36% nos 103.299 pontos. As ações da Suzano ON foram as que tiveram a maior alta (5,87%), seguida pela Magazine Luiza (3,93%) e pelas concessionárias CCR (3,20%) e Ecorodovias (4,04%).

O bom humor veio com a notícia de uma trégua na guerra comercial entre EUA e China, que vinha alimentando os temores de uma desaceleração econômica à escala global.

“A notícia da limitação na sobretaxa para produtos vários produtos chineses animou o mercado. O Dow Jones saltou e o dólar saiu das máximas. Tudo melhorou com o arrefecimento da crise cambial e da guerra comercial entre EUA e China”, explicou Pablo Spyer, diretor de operações da corretora Mirae Asset e colunista do Economia Bárbara.

Em comunicado, Robert Lighthizer, representante de Comércio dos EUA, anunciou que os EUA adiaram a tarifa adicional de 10% para várias importações chinesas, incluindo “telefones celulares, laptops, consoles de videogame, certos brinquedos, monitores de computador e certos itens de calçados e roupas”, de 1º de setembro para 15 de dezembro. Nos EUA, a Apple, com fábricas na China, sai beneficiada.

O anúncio ocorreu após um telefonema entre as autoridades comerciais dos dois países. Segundo nota do vice-primeiro-ministro da China, Liu He, ele conversou com Lighthizer e com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, nesta terça-feira (13). Ficou acordado que as partes vão conversar por telefone de novo dentro de duas semanas.

Nas últimas semanas, após Donald Trump, presidente dos EUA, anunciar tarifas extras para a China em meio a conversas para um novo acordo, a relação dos dois países azedou, com o país asiático a recorrer (embora negue oficialmente) à desvalorização da sua moeda, o yuan, para deixar suas exportações para os EUA mais competitivas na nova rodada de tarifas previstas para o mês que vem. Um yuan mais fraco deixa os produtos chineses mais baratos para os americanos.

Na sexta (9), Trump chegou a dizer que poderia cancelar o encontro previsto com o chineses para setembro, que visava um entendimento e pôr fim à guerra que já dura desde janeiro de 2018 e penalizou negócios avaliados em US$ 360 bilhões.

O agravamento trouxe receios de uma guerra cambial, com preocupações de que outros países asiáticos recorressem ao mecanismo para melhorarem as suas balanças comerciais.

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